Homens da Tarde gira em torno da consciência da falta. É um romance inédito do filósofo Mário Ferreira dos Santos, com os mesmos personagens dos diálogos de Filosofias da Afirmação e da Negação.
Se você busca uma leitura instigante, eis o título!
O personagem central é Paulsen, homem de temperamento melancólico, funcionário público entediado. Dois de seus colegas são Josias e Pitágoras, com quem mantém conversas filosóficas prosaicas.
Os dilemas humanos giram em torno de três eixos: o trabalho, o amor e a consciência de si mesmo.
De que forma negamos a nós mesmos?
O equilíbrio do homem é superficial?
A paixão é uma doença?
Outra personagem importante deste romance é Joana, moça pela qual Paulsen se apaixona. O mundo em que todos vivem está prestes a ruir.
Quem lê Homens da Tarde perpassa pelos temas:
- Luto,
- Existência de Deus,
- Caos urbano,
- Ganância,
- Ceticismo,
- Relativismo,
- A doença do amor,
- O nada.
Mário Ferreira dos Santos explica um pouco, já no prefácio, quem são os homens da tarde, o que exatamente os designa.
Para instigar um pouquinho a leitura: os homens da tarde são aqueles que até fazem profundos questionamentos, mas não alcançam respostas satisfatórias, acabando assim na superficialidade.
São, nas palavras de Mário, os que não penetram além das coisas e que vivem apenas esteticamente na exteriorização dos símbolos.
Mário Ferreira dos Santos prossegue o pensamento definindo quem é o homem da noite, que no romance trata-se apenas de um dos personagens – sendo os demais superficiais.
O homem da noite não se cansa de investigar.
Esses conceitos de Mário estão em Filosofias da Afirmação e da Negação, por isso a leitura deste livro é interessantíssima como complemento, a fim de compreender melhor os personagens.
Inclusive, depois você pode ler: Filosofias da Afirmação e da Negação: um livro puxando outro…
Então, prosseguindo, Homens da Tarde é um romance filosófico, um gênero que se caracteriza pelas questões filosóficas que levanta ao longo da narrativa, questões essas que dizem respeito à existência.
Justamente porque se trata de ficção, essas questões podem ser colocadas, vivenciadas através dos personagens e analisadas – por eles e pelo leitor – com a finalidade de ilustrar uma teoria.
Diferentemente de um ensaio filosófico, o romance filosófico faz uso de outros recursos, como o encanto, a distração e a comoção. Neste caso, não importa os cenários distintos de uma cultura ou época que ambientam o romance, mas sim as questões tratadas, que são universais.
Possíveis reflexões ao ler Homens da Tarde
- O que sentimos diante da morte?
- Quem não crê em Deus – ou em algo – sofre mais diante da morte de alguém a quem se ama?
- Se não vivemos a nossa própria morte, por que sofremos com o assunto?
- Crer na eternidade é uma ilusão? E uma ilusão necessária?
Será que deveríamos dedicar um tempo para refletir sobre a nossa própria existência, pelo puro prazer de pensar sobre a existência – e não apenas diante de um problema?
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