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Tanto por Fazer: sobre um serial killer “ético”

tanto por fazer

Tanto por Fazer é a primeira ficção de Theodore Dalrymple, um dos mais interessantes comentaristas sociais – além de um dos mais requisitados autores do catálogo da É Realizações.

O pensador contemporâneo conservador é autor de títulos importantes como Vida na Sarjeta e Podres de Mimados. E neste romance narrado pelo personagem Graham Underwood, um psicopata serial killer, Dalrymple explora visões sombrias da mente humana.

Underwood é um autodidata que gosta de filosofia. Seu caráter torna-se vívido na descrição envolvente de Dalrymple. Além das mortes confirmadas pela polícia, Underwood se orgulha de dizer que há mais sete vítimas que não podem ser confirmadas, porque as evidências foram destruídas.

O serial killer não se importa em pedir perdão pelos crimes. Pelo contrário, usa de justificativas complexas e sofisticadas. O único pecado imperdoável para Graham Underwood é a hipocrisia.

Em Tanto por Fazer, Dalrymple não deixa de fazer uma crítica ao governo britânico e a seus dependentes vitimizados, que para o psiquiatra inglês usam de argumentos semelhantes. Por exemplo, culpando o histórico de uma infância problemática, violência doméstica, alcoolismo e drogas.

Alguns fatores, entretanto, contribuem para a formação e a evolução da personalidade criminosa; entre eles, sistemas econômicos, pobreza, miséria, fome e desnutrição, educação, analfabetismo, ambiente familiar desestruturado, desemprego ou subemprego – ou mesmo a falta de uma profissão – densidade demográfica, migração e imigração.

Além do mais, existem doenças, podendo os criminosos ser hipertímicos, deprimidos, inseguros, fanáticos, ansiosos, explosivos, atímicos ou insensíveis e hipobúlicos.

Todos esses quadros são mais do que conhecidos por Dalrymple, que passou toda a sua carreira de psiquiatra atendendo pessoas com esses problemas – criminosas ou não.

Possíveis reflexões ao ler Tanto por Fazer!

 

  • A hipocrisia tem um papel importante no tecido social?
  • Para onde pode nos levar o ressentimento coletivo?
  • Em que momento da história os direitos humanos se tornaram um paradoxo?

Para escrever esse romance, Dalrymple usou como base os serial killers britânicos da vida real sobre os quais escreveu na revista Spectator, isso em meados dos anos 1990. Por exemplo, Dennis Nilsen, Rosemary West e Thomas Watt Hamilton.

Apesar de ser um drama, é um drama com tons de comicidade. É uma leitura fácil, envolvente. Por fim, Tanto por Fazer é mais sobre as justificativas morais do criminoso do que sobre os crimes. Um romance filosófico para repensar o nosso tempo.

Para adquirir o seu exemplar, clique na imagem da capa!

Tanto Por Fazer, de Theodore Dalrymple.

Leia também logo abaixo o bate-papo rápido que tivemos com o autor de Tanto por Fazer!

Theodore Dalrymple: perguntas exclusivas sobre o seu primeiro romance

E para conhecer todos os títulos de Theodore Dalrymple publicados pela É Realizações, clique AQUI.

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