Ortodoxia Subversiva – Foras da Lei, Revolucionários e Outros Cristãos Disfarçados é um livro surpreendente de Robert Inchausti que trata da contribuição de alguns pensadores cristãos para a vanguarda do pensamento contemporâneo.
Com tradução de André de Leones, a publicação integra a extraordinária Coleção Abertura Cultural, que a cada título contribui ainda mais – e de maneira muito original – para a formação de um repertório substancial.
A edição de Ortodoxia Subversiva conta com cinco capítulos:
- A alma sitiada,
- O romance como contra mitologia,
- Política anti-política,
- Crítica macro-histórica,
- O papel dos mistérios cristãos na vida da mente moderna.
Os autores analisados por Robert Inchausti são:
- William Blake
- Johann Wolfgang von Goethe
- Soren Kierkegaard
- K. Chesterton
- Nikolai Berdiaev
- Fiódor Dostoiévski
- Boris Pasternak
- Aleksandr Soljenítsin
- Jack Kerouac
- Walker Percy
- Dorothy Day
- Thomas Merton
- Martin Luther King Jr.
- F. Schumacher
- Wendell Berry
- Marshall McLuhan
- Northrop Frye
- Jacques Ellul
- Ivan Illich
- René Girard
Todos esses nomes formam o que Robert Inchausti chama de “vanguarda ortodoxa”. Ou seja, são, em sua opinião, pensadores cristãos inovadores. No decorrer do livro é mostrado o impacto muitas vezes não reconhecido que esse grupo de humanistas cristãos vanguardistas “tiveram – ou deveriam ter tido – sobre a teologia cristã e o pensamento contemporâneo”.
A exposição do autor, no entanto, não é “sobre novos valores religiosos, mas, sim, sobre o eterno frescor dos antigos”. Diferentes entre si, o ponto em comum é que eles conseguem transpor “o abismo entre os nossos anseios de completude espiritual e o mundo técnico-científico no qual vivemos”.
Em Ortodoxia Subversiva, Inchausti mostra que tais autores:
- Têm ideias que desafiam os pressupostos dos colegas seculares.
- São inovadores em seus respectivos campos.
- Estão alertas às circunstâncias contemporâneas.
- São conscientes das mudanças em suas disciplinas.
- São críticos das narrativas dominantes.
- São capazes de estabelecer conexões entre sua fé e as realidades do mundo moderno.
O intuito de Robert Inchausti é esclarecer a persistente “incompreensão do cristianismo como algo inerentemente reacionário, inconscientemente apegado a preconceitos de classe, raça e gênero, preso a fundamentos metafísicos e recheado de superstições ultrapassadas”. Muito desse cenário, de acordo com o autor, vem da forma como a mídia “despeja atenção nas expressões mais extremas e sensacionalistas da fé”. Por outro lado, “obras de sérios pensadores cristãos abrangem uma variedade tão grande de disciplinas que se torna muito difícil acompanhá-las”.
Certamente, uma leitura imperdível!
Ortodoxia Subversiva procura “corrigir tal erro por meio de um exame atento e bem fundamentado desses macro-historiadores, ativistas sociais e romancistas de vanguarda cujas as contribuições únicas ao pensamento secular derivam de suas visões de mundo cristãs”.
Apesar do título provocativo e da proposta ousada, para Inchausti a ideia não é politizar ainda mais nosso pensamento. Ao contrário, a lista de autores realiza uma completa “despolitização” do pensamento por meio da criação de um “espaço” contemplativo compartilhado, tornado possível por um retorno à perspectiva escatológica sobre a existência humana.
A edição ainda conta com posfácio do autor, a relação das obras citadas e índice remissivo.
Fale a verdade: você precisa desse título em sua biblioteca!
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