Robert Inchausti analisa 20 pensadores cristãos em Ortodoxia Subversiva, livro recém-lançado pela É Realizações. Para o autor, tais nomes contribuíram de forma “ortodoxa e subversiva” na formação do pensamento contemporâneo. Entre eles está G. K. Chesterton.
O título, que integra a Coleção Abertura Cultural, conta com tradução de André de Leones e oferece leitura fluente, instigante e repleta de referências. Ideal para interessados em literatura, filosofia e religião, a obra não despreza, porém, leitores gerais, que apreciam panoramas bem traçados sobre os mais diversos assuntos.
Quem acompanha nosso blog com frequência vem conferindo artigos específicos acerca de cada um dos autores estudados por Inchausti. Já falamos, por exemplo, sobre os escritores românticos William Blake e Johann Wolfgang von Goethe, assim como sobre o filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, que também integra a galeria dos vanguardistas.
Hoje trataremos de G. K. Chesterton!
Considerado um dos mais importantes pensadores conservadores e católicos, ele é autor de ideias afiadas – por vezes ainda polêmicas –, embora tenha sido dono de uma personalidade afetuosa e bastante bem-humorada.
Inchausti menciona que Chesterton acreditava que a civilização ocidental já era cristã e que os valores cristãos já tinham sido incorporados na trama de cada uma das práticas institucionais e culturais da época. A questão, para Chesterton, é que “muitos dos melhores e mais brilhantes” tentaram se desligar de suas raízes. Segundo o autor, a contribuição do escritor inglês para o pensamento contemporâneo foi ter invocado “a sanidade e o bom senso contra os teóricos incorpóreos e os materialistas dialéticos”.
A respeito do marxismo, de acordo com Inchausti, Chesterton “não tinha problema algum com os camponeses e trabalhadores assumindo o controle do próprio destino, mas, uma vez que sua autodeterminação tenha sido sequestrada por uma pequena facção ideológica, ela deixou de ser progressista ou ética”.
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Confira mais autores analisados em Ortodoxia Subversiva!
Outros nomes que compõem a “vanguarda ortodoxa” são:
- Nikolai Berdiaev
- Fiódor Dostoiévski
- Boris Pasternak
- Aleksandr Soljenítsin
- Jack Kerouac
- Walker Percy
- Dorothy Day
- Thomas Merton
- Martin Luther King Jr.
- F. Schumacher
- Wendell Berry
- Marshall McLuhan
- Northrop Frye
- Jacques Ellul
- René Girard
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Quem foi G. K. Chesterton?
Considerado um dos mais importantes pensadores conservadores, Gilbert Keith Chesterton nasceu em 29 de maio de 1874 em Londres. Teve uma passagem pouco louvável pela escola, curiosamente tendo sido considerado péssimo aluno.
Apaixonado por literatura, Chesterton fundou, em julho de 1890, um clube – o Junior Debating Club – com os amigos Bentley e Lucien Oldershaw para juntos estudarem e debaterem livros. Pouco tempo depois, se juntaram mais sete amigos. Não demorou muito para criarem uma revista, a The Debater, que teve 18 números publicados.
Em 1893, G. K. Chesterton começou o curso de Arte na Slade School of Art. Porém, desistiu pouco depois, pois não gostava de fazer os trabalhos solicitados.
Quanto à religião, foi criado no anglicanismo, mas converteu-se ao catolicismo em 1922. Profícuo escritor católico, publicou mais de 80 livros, entre eles as biografias de São Tomás de Aquino e de São Francisco de Assis. Erudito e versátil, discorria sobre diversos assuntos e passeou por muitos gêneros literários, de poesia à ficção policial – sem falar, claro, nos ensaios filosóficos.
Era literalmente um grande homem: tinha 1,93 metros de altura e pesava 140 quilos. De personalidade afetuosa, possuía humor único, elegante e refinado, e discutia visceralmente com seus colegas. Chegou a debater com George Bernard Shaw, H. G. Wells, G. S. Street etc.
C. K. Chesterton morreu aos 62 anos, em 14 de junho de 1936, em casa.
Conheça mais sobre os pensamentos desse e de outros autores em Ortodoxia Subversiva!
Leia mais sobre o livro em: Ortodoxia Subversiva: conheça revolucionários e cristãos disfarçados!
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