Jacques Ellul, um dos mais profícuos escritores franceses, é considerado por Robert Inchausti um pensador “subversivo” e “ortodoxo”. Com outros 19 autores, integra a galeria do fascinante livro Ortodoxia Subversiva. Com tradução de André de Leones, o título pertence à Coleção Abertura Cultural.
Nesta publicação inédita no Brasil, Inchausti propõe uma envolvente reflexão sobre a contribuição de grandes nomes da filosofia e da literatura para a vanguarda do pensamento contemporâneo. Leia alguns trechos!
Trechos sobre Jacques Ellul
“Jacques Ellul foi um protestante ortodoxo que escreveu críticas da tecnologia, da política moderna e dos meios de comunicação de massa, bem como livros sobre oração e anarquismo. Seu livro, expondo os lugares-comuns intelectuais da cultura contemporânea, é, ao mesmo tempo, uma denúncia vanguardista da mentalidade tecnocrata de rebanho da nova burguesia e uma defesa dos valores cristãos tradicionais.”
“Para Ellul, técnica não é apenas a sociedade das máquinas, mas toda a sociedade de técnicas eficientes. Em outras palavras, a tecnologia moderna é um fenômeno total da civilização inteira, a força definidora de uma nova ordem social na qual eficiência não é só uma opção, mas uma necessidade imposta sobre todas as atividades humanas.”
Confira a análise na íntegra!
Quem foi Jacques Ellul?
Jacques Ellul foi um professor, historiador, filósofo, sociólogo e teólogo francês, nascido em 6 de janeiro de 1912, em Bordeaux, no sudoeste da França. Estudou primeiramente Direito e teceu sua trajetória acadêmica nas Universidades de Bordeaux e de Paris. Posteriormente, começou a lecionar e dar aulas de Direito romano na Faculdade de Montpellier e na Faculdade de Estrasburgo, mas logo em seguida foi afastado pelas autoridades nazistas por divergências políticas.
Mais tarde, em 1944, lecionou História e Sociologia na Faculdade de Direito e Ciências Econômicas da Universidade de Bordeaux. Também foi um dos fundadores do Instituto de Estudos Políticos de Bordeaux, atuando como professor até a década de 1980. Com 18 anos, em 1930, converteu-se ao cristianismo protestante e associou-se à Igreja Reformada Francesa. Muitos anos depois, de 1976 a 1981, tornou-se membro do conselho nacional. Em 1937, casou-se com Yvette Lensvelt e com ela teve quatro filhos.
Jacques Ellul foi um autor extremamente ativo: publicou mais de títulos e de mil artigos, alternando entre escritos sociológicos – passando pelos temas de tecnologia, comunicação, propaganda, política, entre outros – e trabalhos teológicos, voltados para a fé e para a análise de conceitos cristãos, por exemplo. Estudiosos defendem que, para uma total compreensão de sua obra e de seus ideais, é preciso relacionar essas duas vertentes.
Como referências intelectuais e inspirações para suas discussões, três autores têm destaque em sua formação: Karl Marx, Søren Kierkegaard e Karl Barth. Fora do âmbito teórico, Ellul adotou posturas importantes ao longo da vida que refletiam seus posicionamentos e reflexões acerca da sociedade.
O pensador também fez parte da Resistência Francesa contra a ocupação nazista, auxiliando judeus fugitivos, o que lhe rendeu o título de “Justo entre as Nações” em 1981. Durante a ocupação, voltou-se para a agricultura, numa propriedade de amigos, em Martres. Após a Guerra atuou na organização da cidade; foi Secretário Regional do Movimento de Liberação Nacional e também Conselheiro Municipal delegado na Prefeitura de Bordeaux.
Embora tenha escrito sempre em francês, seus textos se popularizaram nos Estados Unidos e pela Europa. Destacam-se os títulos:
- A Sociedade Tecnológica
- Técnica e o Desafio do Século
- Propagandas: Uma Análise Estrutural
- Mudar de Revolução: O Inelutável Proletário
- Anarquia e Cristianismo
Jacques Ellul faleceu no dia 19 de maio de 1994, em Pessac, três anos após sua esposa.
Autores analisados em Ortodoxia Subversiva
Além de Jacques Ellul, você confere análises especiais dos seguintes pensadores:
- William Blake
- Johann Wolfgang von Goethe
- Søren Kierkegaard
- Marshall McLuhan
- G. K. Chesterton
- Nikolai Berdiaev
- Fiódor Dostoiévski
- Boris Pasternak
- Aleksandr Soljenítsin
- Jack Kerouac
- Walker Percy
- Dorothy Day
- Thomas Merton
- Martin Luther King Jr.
- F. Schumacher
- Wendell Berry
- Northrop Frye
- Ivan Illich
- René Girard
Ortodoxia Subversiva tem cinco capítulos:
- A alma sitiada,
- O romance como contra mitologia,
- Política antipolítica,
- Crítica macro-histórica,
- O papel dos mistérios cristãos na vida da mente moderna.
Só a É Realizações para publicar livros tão interessantes, não é mesmo?
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