Jane Austen, um dos maiores e mais conhecidos nomes da literatura inglesa, compõe a galeria de Gertrude Himmelfarb em sua envolvente obra A Imaginação Moral. Composto de ensaios biográficos, o título contempla outras 11 personalidades, como Edmund Burke, George Eliot e Charles Dickens.
A publicação integra a original Coleção Abertura Cultural e conta como tradutor Hugo Langone. Ideal para interessados em ciência política, filosofia moderna e literatura, os 12 capítulos têm como fio condutor o conceito popularizado por Lionel Trilling.
Confira o que escreve Himmelfarb na introdução!
“Os historiadores raramente têm a oportunidade de homenagear aqueles sobre quem escrevem. Eles procuram ser objetivos e imparciais; tentam descrever e analisar em lugar de enaltecer ou censurar. Oferece grande prazer, portanto, recordar certos pensadores e escritores notáveis e descobrir que a passagem do tempo os tornou ainda mais memoráveis e admiráveis do que antes se supunha”.
Ao todo, na galeria de personalidades estão:
- Edmund Burke
- George Eliot
- Jane Austen
- Charles Dickens
- Benjamin Disraeli
- John Stuart Mill
- Walter Bagehot
- John Buchan
- Edmund, Dillwyn, Wilfred e Ronald Knox
- Michael Oakeshott
- Winston Churchill
- Lionel Trilling
Leia alguns trechos sobre a autora de Razão e Sensibilidade, Orgulho e Preconceito e Emma.
Trechos sobre a obra de Jane Austen
Neste ensaio, Gertrude Himmelfarb compara o livro Emma, de Jane Austen, com Middlemarch, de George Eliot, outra escritora que integra o livro A Imaginação Moral. Acompanhe:
“Ler ou reler Emma após Middlemarch é uma experiência revigorante, talvez em maior grau até do que fazê-lo na ordem cronológica correta. Ler Emma primeiro é transformar Middlemarch num livro intoleravelmente crítico, didático e moralista, ao mesmo tempo que faz de Emma uma obra frívola, superficial e trivial. A ordem inversa exerce um efeito fermentador sobre ambos os títulos, humanizando Middlemarch e moralizando Emma”.
“Na verdade, os dois livros têm muito em comum. Cada qual foi tratado como a maior obra dos romancistas ingleses de seus respectivos séculos…”
“Se Middlemarch é uma história de satisfação moral, Emma é uma história de educação moral. Além disso, cada uma delas coloca o matrimônio no centro do drama moral: do mesmo modo como, no caso de Middlemarch, pergunta-se por que Dorothea se casa com Ladislaw, no caso de Emma indaga-se por que o Sr. Knightley se casa com a protagonista”.
Leia o ensaio na íntegra!
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Quem foi Gertrude Himmelfarb?
Filha de judeus que saíram da Rússia para os Estados Unidos antes da Primeira Guerra Mundial, Gertrude nasceu numa família proprietária de uma pequena fábrica de vidros que produzia objetos para lojas de departamento.
Embora faturassem pouco, vivendo praticamente na miséria, a falta de recursos não abalava a atmosfera de afeto e de forte estímulo intelectual.
Casada com o jornalista Irving Kristol – que conheceu aos 18 anos numa reunião de trotskistas –, formou com ele uma dupla de grande influência nos círculos sociais da época, convivendo com personalidades como Hannah Arendt, Friedrich Hayek, Leo Strauss e Lionel Trilling.
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Gertrude Himmelfarb – Modernidade, Iluminismo e as Virtudes Sociais
Ideal como leitura de entrada para a obra da intelectual – que foi, inclusive, uma das raras mulheres de sua geração a concluir um doutorado –, este ensaio escrito por José Luiz Bueno mescla biografia com análise do conjunto da obra, principalmente de Os Caminhos para a Modernidade.
Conheça mais sobre esta publicação através da entrevista: Gertrude Himmelfarb: 3 perguntas para José Luiz Bueno
Sobre a trajetória da intelectual, você fica sabendo mais no perfil: Gertrude Himmelfarb, heroína dos conservadores
Para se aprofundar nos estudos, leia a entrevista: Imaginação moral: perguntas sobre o conceito para Alex Catharino
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