Charles Dickens no hall de autores de A Imaginação Moral

Charles Dickens, um dos mais populares escritores da literatura inglesa da era vitoriana, consta no hall de autores escolhidos por Gertrude Himmelfarb para formar sua envolvente obra A Imaginação Moral.

Composto de ensaios biográficos, o título reúne outras 11 personalidades, como Edmund Burke, George Eliot e Jane Austen.

O legado de Charles Dickens é repleto de clássicos. Nascido Charles John Huffam Dickens, foi educado por sua mãe em uma rotina estrita, que incluía inglês e latim, diariamente.

Leitor voraz, entre seus autores preferidos estavam Tobias Smollett e Henry Fieldin. Dickens também lia e relia títulos como As Mil e Uma Noites e Dom Quixote.

Leitura imperdível, A Imaginação Moral integra a original Coleção Abertura Cultural e conta com tradução de Hugo Langone.

Ideal para interessados em ciência política, filosofia moderna e literatura, a obra tem como fio condutor o conceito popularizado por Lionel Trilling em seus 12 capítulos.

Na introdução, Gertrude Himmelfarb escreve:

“Os historiadores raramente têm a oportunidade de homenagear aqueles sobre quem escrevem. Eles procuram ser objetivos e imparciais; tentam descrever e analisar em lugar de enaltecer ou censurar. Oferece grande prazer, portanto, recordar certos pensadores e escritores notáveis e descobrir que a passagem do tempo os tornou ainda mais memoráveis e admiráveis do que antes se supunha”.

Conheça todos os pensadores:

Edmund Burke
George Eliot
Jane Austen
Charles Dickens
Benjamin Disraeli
John Stuart Mill
Walter Bagehot
John Buchan
Edmund, Dillwyn, Wilfred e Ronald Knox
Michael Oakeshott
Winston Churchill
Lionel Trilling

“Meu único objetivo foi fazer jus às ideias de homens e mulheres que enriqueceram a minha vida, a vida de gerações anteriores e, espero, a vida das gerações subsequentes”, escreve Himmelfarb.

Confira alguns trechos acerca do autor de Oliver Twist, David Copperfield e Grandes Esperanças.

Trechos sobre a obra de Charles Dickens

Veja o que Gertrude Himmelfarb escreve a respeito do autor inglês:

“Apartados do mundo da Inglaterra vitoriana, os romances de Charles Dickens são situados num universo imaginário coabitado por Dante, Dostoiévski, Kafka, D. H. Lawrence e T. S. Eliot. Lionel Trilling, censurando os alunos que, competindo, procuravam encontrar paralelos simbólicos entre Our Mutual Friend e The Waste Land, recordou sua própria descoberta da realidade histórica — da ‘atualidade”’— daquilo que ele mesmo encarara como símbolos puros: os montes de pó de Our Mutual Friend, por exemplo, que, como diz o romance, eram de fato enormes e lucrativos, ou o Tâmisa, que realmente servia como esgoto para Londres”.

“Dickens foi capaz de capturar essa atualidade com tanto êxito porque não era apenas um romancista brilhante, mas também um repórter e um crítico social muito sério. O mundo imaginário de seus romances fazia parte do mundo real, refletindo-o ao mesmo tempo que ajudava a criá-lo. Ele fez pelo século XIX o que Bunyan fizera pelo século XVII, oferecendo um denominador cultural comum, uma reserva comum de caracteres, situações, expressões e gracejos para pessoas de todas as classes, ocupações e crenças”.

Leia a análise completa!

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Charles Dickens — Imaginação Moral, de Gertrude Himmelfarb.

Quem foi Gertrude Himmelfarb?

A historiadora americana foi filha de judeus que saíram da Rússia rumo aos Estados Unidos antes da Primeira Guerra Mundial.

Apesar de serem donos de uma pequena fábrica de vidro, que produzia artigos para lojas de departamento, viviam praticamente na miséria. A empresa faturava tão pouco que na Grande Depressão chegou a falir.

Mesmo com a falta de dinheiro, o ambiente familiar era muito agradável e bastante estimulante, no aspecto intelectual. Gertrude, aliás, foi uma das raras mulheres de sua geração a concluir um doutorado.

Aos 18 anos, numa reunião de trotskistas no Brooklyn, Nova York, conheceu Irving Kristol, com quem se casou e juntos formaram uma dupla de grande influência nos círculos sociais da época. Eles foram amigos de Hannah Arendt, Friedrich Hayek, Leo Strauss, entre outros.

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