Para Gertrude Himmelfarb, autora de A Imaginação Moral, o escritor e político Benjamin Disraeli “representa o triunfo da imaginação”.
Por essa e outras razões, um dos mais importantes nomes da política inglesa não poderia ficar de fora da seleção especial que a historiadora da moral faz nesta publicação extraordinária – que também integra a original Coleção Abertura Cultural.
Com tradução de Hugo Langone, o livro é composto de ensaios biográficos sobre 12 pensadores. Além de Benjamin Disraeli, Himmelfarb escreve a respeito de Michael Oakeshott, George Eliot, John Buchan, Winston Churchill, entre outros.
Confira a lista completa!
- Edmund Burke
- George Eliot
- Jane Austen
- Charles Dickens
- Benjamin Disraeli
- John Stuart Mill
- Walter Bagehot
- John Buchan
- Edmund, Dillwyn, Wilfred e Ronald Knox
- Michael Oakeshott
- Winston Churchill
- Lionel Trilling
A Imaginação Moral é leitura ideal para apreciadores de ciência política, filosofia moderna e literatura, os 12 capítulos têm como fio condutor o conceito popularizado por Lionel Trilling. Nas palavras da própria ensaísta:
“Os historiadores raramente têm a oportunidade de homenagear aqueles sobre quem escrevem. Eles procuram ser objetivos e imparciais; tentam descrever e analisar em lugar de enaltecer ou censurar. Oferece grande prazer, portanto, recordar certos pensadores e escritores notáveis e descobrir que a passagem do tempo os tornou ainda mais memoráveis e admiráveis do que antes se supunha”.
“Meu único objetivo foi fazer jus às ideias de homens e mulheres que enriqueceram a minha vida, a vida de gerações anteriores e, espero, a vida das gerações subsequentes”, escreve Himmelfarb.
É ou não é uma leitura indispensável?
Trechos sobre Benjamin Disraeli
Neste vigoroso ensaio, Gertrude Himmelfarb analisa o político inglês, principalmente o judaísmo em sua trajetória e obra. Leia alguns trechos!
“Por mais inconsistente ou excêntrico que pareça, por mais oportunista ou charlatão, como afirmam seus críticos, Disraeli era dono de um estilo político distinto, de uma disposição e de uma sensibilidade que não se caracterizavam como filosofia sistemática, mas que eram reconhecidas como únicas e relevantes em sua época e que ainda reverberam nos dias de hoje. Ele tem para nós, hoje, uma relevância que seu grande adversário não possui; há muito que ninguém evoca o nome de Gladstone a fim de conceder autoridade a determinada figura ou causa política.”
“O que tornava a aparência e o comportamento de Disraeli ainda mais rudes era seu judaísmo. Na realidade, ele não seguia a religião judaica; foi batizado sob as ordens do pai aos 12 anos, a poucos meses de qualificar-se ao rito do Bar Mitzvá. Orgulhava-se, contudo, de pertencer à ‘raça’ judia (expressão usada por ele, não por seus inimigos). ‘Tudo é raça, e não religião; lembre-se disso’, pediu a Lady Rothschild. Em Tancred, o herói o retifica: ‘Tudo é raça; não há outra verdade’. Em sua biografia de Lorde Bentinck, ele usou a controvérsia da emancipação judaica para inserir um capítulo inteiro em louvor à história dos judeus.”
“Historiadores e biógrafos ainda discutem o significado e a importância do judaísmo de Disraeli. Quão autêntico era seu orgulho de pertencer à ‘raça’ judaica, ainda que sua religião fosse cristã? Ele falava sério quando reconciliou as duas em Tancred, declarando que o cristianismo era o judaísmo ‘completo’ – o judaísmo para as ‘massas’ – e que os judeus deveriam ser venerados, e não vilificados, por tornarem possível a crucificação e a salvação subsequente da humanidade?”
Confira o ensaio completo!
Garanta já seu exemplar!
Quem foi Gertrude Himmelfarb?
A heroína dos conservadores foi filha de judeus que partiram da Rússia para os Estados Unidos antes da Primeira Guerra Mundial.
Sua família tinha uma pequena fábrica de vidro que produzia artefatos para lojas de departamento. Como faturavam pouco, viviam praticamente na miséria. Na Grande Depressão, a empresa chegou até a falir. Apesar da falta de dinheiro, o ambiente familiar no qual cresceu era rico em estímulo intelectual.
Amiga de personalidades como Hannah Arendt, Friedrich Hayek e Leo Strauss, Gertrude Himmelfarb foi casada com Irving Kristol, que conheceu aos 18 anos numa reunião de trotskistas no Brooklyn, em Nova York. Juntos, Himmelfarb e Kristol formaram uma dupla de grande influência nos círculos sociais da época.
Conheça outras obras de Gertrude Himmelfarb
Em nosso catálogo, você encontra também os seguintes livros da historiadora da moral:
Ao Sondar o Abismo – Pensamentos Intempestivos sobre Cultura e Sociedade
Este livro foi considerado pelo Los Angeles Times superior ao clássico desse gênero de crítica O Declínio da Cultura Ocidental, de Allan Bloom.
Os Caminhos para a Modernidade – Os Iluminismos Britânico, Francês e Americano
O título permite compreender o fenômeno do Iluminismo britânico, francês e americano, além de como as distintas concepções de natureza humana e de princípios abstratos divergiam e geravam as mais diversas consequências.
Gertrude Himmelfarb – Modernidade, Iluminismo e as Virtudes Sociais
Parte da Coleção Biblioteca Social, o ensaio assinado por José Luiz Bueno é uma fantástica obra de entrada para o pensamento da intelectual americana.
Conheça um pouco mais sobre o livro na entrevista: Gertrude Himmelfarb: 3 perguntas para José Luiz Bueno
A respeito de sua trajetória, você fica sabendo mais no perfil: Gertrude Himmelfarb, heroína dos conservadores
Para compreender melhor o conceito, leia a entrevista: Imaginação moral: perguntas sobre o conceito para Alex Catharino
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