Winston Churchill foi um dos mais importantes líderes do século XX. Como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial teve um papel determinante na derrota de Hittler.
Seu legado, contudo, ultrapassa a atuação política. Winston Churchill é reverenciado pelos memoráveis discursos e pelas obras que lhe renderam um Prêmio Nobel de Literatura.
É todo esse conjunto que Gertrude Himmelfarb leva em consideração para incluí-lo em sua obra A Imaginação Moral. Para a historiadora, “Churchill viveu com um vigor e uma paixão só encontrados em pouquíssimas homens”.
Composto de 12 ensaios biográficos, o livro tem como fio condutor o conceito disseminado por Lionel Trilling. Além de Churchill, outros 11 pensadores são revisitados por Himmelfarb. Veja a lista completa!
- Edmund Burke
- George Eliot
- Jane Austen
- Charles Dickens
- Benjamin Disraeli
- John Stuart Mill
- Walter Bagehot
- John Buchan
- Edmund, Dillwyn, Wilfred e Ronald Knox
- Michael Oakeshott
- Lionel Trilling
Na introdução de A Imaginação Moral, Gertrude Himmelfarb pontua:
“Os historiadores raramente têm a oportunidade de homenagear aqueles sobre quem escrevem. Eles procuram ser objetivos e imparciais; tentam descrever e analisar em lugar de enaltecer ou censurar. Oferece grande prazer, portanto, recordar certos pensadores e escritores notáveis e descobrir que a passagem do tempo os tornou ainda mais memoráveis e admiráveis do que antes se supunha.”
Sem deixar de lado suas motivações pessoais, escreve ainda:
“Meu único objetivo foi fazer jus às ideias de homens e mulheres que enriqueceram a minha vida, a vida de gerações anteriores e, espero, a vida das gerações subsequentes.”
A publicação, que integra a Coleção Abertura Cultural, conta com tradução de Hugo Langone.
Confira trechos selecionados!
Trechos sobre Winston Churchill
“Tanto em temperamento quanto em suas atitudes políticas, Churchill seguia o modelo disraeliano – era romântico ostentoso e excêntrico, paternalista, nacionalista e imperialista. Se Gladstone era um ‘pequeno inglês’, Churchill certamente merecia, tanto quanto Disraeli, ter ‘grande inglês’ como título; se Gladstone em essência não passava de um liberal de Manchester, Churchill era, a exemplo de Disraeli (e de seu próprio pai), um democrata tóri. (Fora Randolph Churchill quem fundara a Primrose League, cujo nome homenageia Disraeli, que tinha na primavera [primrose] sua flor favorita.) Os contemporâneos de Gladstone desconfiavam de que ele via a si próprio como emissário de Deus na Terra; Churchill, mais uma vez como Disraeli, preferia julgar-se emissário da nação inglesa. Gladstone era claramente sem graça, meticuloso, moralista; Churchill, perspicaz, irreverente, irônico.”
“Muitas vezes se diz que, caso Churchill tivesse morrido em 1939, no auge de seus 65 anos (superando seu pai em mais de vinte), e caso viesse a ser recordado, seria hoje reconhecido não como um herói, e sim como um político qualquer – e um político fracassado (como Randolph). Fosse esse o caso, uma grande injustiça seria cometida contra um homem que foi sempre extraordinário. Churchill viveu com um vigor e uma paixão só encontrados em pouquíssimas homens. Além disso, escreveu sobre os acontecimentos enquanto ainda os vivia – e não de modo narcisista, como fazem tantos daqueles que escrevem as próprias memórias: Churchill escreveu historicamente, por assim dizer, tendo plena consciência de que, ao redigir sobre si mesmo, fazia-o também sobre seu país e sua época.”
Leia o ensaio completo!
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