Georges Bernanos, um dos mais importantes romancistas do século XX, também foi um ensaísta, autor de verdadeiros tesouros da cultura.
Recentemente, preparamos uma lista muito especial com todos os romances de Georges Bernanos publicados em língua portuguesa — para você não deixar passar a leitura de nenhum deles.
Hoje, apresentaremos os ensaios de Georges Bernanos, textos predominantemente políticos. Confira agora mesmo e complete sua coleção!
Os Grandes Cemitérios sob a Lua – Um Testemunho de Fé Diante da Guerra Civil Espanhola
Com o livro de Bernanos, publicado em 1978, houve uma reação de escândalo na França, seu país de origem, uma vez que o texto trata dos crimes que o autor testemunhou em Maiorca, durante a Guerra Civil Espanhola.
O impressionante é a atualidade que o panfleto assume, estendendo-se para a Europa, já que as atrocidades trazidas por Hitler e Mussolini compactuam com o que foi descrito por ele anos antes da Segunda Guerra Mundial.
Durante a Guerra na França, com o apoio da Igreja, os considerados inimigos também foram executados e submetidos a campos de concentração. Sendo assim, sua obra funciona como uma profecia do que se dará no século XX.
A França contra os Robôs
Além do texto escrito em 1944, publicado postumamente em 1947, há uma seleção inédita de entrevistas e anotações pertinentes ao livro. A obra retrata uma nova ameaça à liberdade humana, posteriormente a Segunda Guerra e o regime nazista: a tecnologia e a busca incansável pelo lucro.
Conhecido por ser um crítico da França em suas posições políticas, novamente Georges Bernanos opõe-se, desta vez à tendência do homem a acostumar-se somente com aquilo proporcionado pelas máquinas.
Novamente, seu texto carrega uma profecia no que diz respeito ao avanço da técnica que se dá nos anos seguintes e continua atual até a civilização moderna.
Carta aos Ingleses
Durante o período em que Bernanos esteve exilado no Brasil, em Barbacena, no interior de Minas Gerais, um de seus últimos textos foi produzido. Este livro epistolar faz um compilado com sete cartas e um prefácio, escritos de dezembro de 1940 a novembro de 1941.
Já sendo configurado como um crítico preocupado de sua terra natal, as cartas evidenciam essa aversão a atitudes francesas, especialmente com o episódio de Vichy, que se tornou um Estado subordinado da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra.
Concomitantemente, seus escritos aos ingleses também revelam um desejo que a França redima-se de seus erros no futuro.
Liberdade, para quê?
É um livro composto por cinco ensaios a respeito da França no pós-Guerra. O intelectual reflete sobre o desinteresse progressivo pela liberdade, trazendo temas como as máquinas (cruciais para essa apatia), a esperança, a noção de pátria, a revolução, a democracia e a civilização.
Inclusive, a obra mostra que a liberdade foi tomada pelo totalitarismo também pelo abalo da fé nesse bem ao longo do tempo. Assunto recorrente ao autor, a salvação de seu país é um ponto de convergência a que chegam suas discussões neste trabalho, podendo ser dado, para ele, através da restauração dos valores espirituais.
Isto porque, para Bernanos, o homem precisa de Deus para ser livre, e só com a humanidade livre a França, e o restante do mundo, podem ser salvos.
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