O Império do Politicamente Correto é um livro revelador e urgente de Mathieu Bock-Côté que tece uma reflexão acerca do lexo político contemporâneo em vigor no espaço público.
“Será que ainda é possível debater? — perguntam com frequência os democratas de boa-fé, que sentem claramente que essa resposta deixou de ser óbvia.”, lança Bock-Côté.
Com tradução de Lara Christina de Malimpensa, a publicação possui sete capítulos:
- A democracia como pedagogia progressista
- 1984 é agora
- Aquilo que a esquerda chama de direita
- O progressismo e os leprosos
- Os brancos, os racizados e os outros
- O sentimento do fim de um mundo ou a criminalização da nostalgia
- Como é possível ser conservador?
A edição oferece ainda dois ensaios: “A censura está de volta” e “Elogio do conflito civilizado”.
Para Mathieu Bock-Côté: “Quando pensávamos que a tentação da censura havia sido vencida para sempre, ei-la de volta. Homens e mulheres têm cada vez mais a impressão de vestir um espartilho mental que sufoca o pensamento.”
De acordo com o pensador canadense, a vida pública tem altos e baixos para todos os que nela se aventuram. Ele escreve: “Uma coisa é deixar de ser de esquerda. Outra coisa é ser de direita.”
Temas abordados pelo livro de Mathieu Bock-Côté
O objetivo de O Império do Politicamente Correto, portanto, é analisar os códigos da respeitabilidade que estruturam a vida político-midiática.
Leitura praticamente obrigatória, auxilia na compreensão de nosso tempo. No decorrer da obra são abordados os seguintes conceitos:
- Democracia
- Utopia
- Redes sociais
- Sistema midiático
- Censura
- Pensamento da esquerda
- Pensamento da direita
- Apropriação cultural
- Liberdade de expressão
- Conservadorismo
- Modernidade
Confira trechos de O Império do Politicamente Correto, livro exclusivo do catálogo da É Realizações.
O Império do Politicamente Correto: capítulo 1
“Aquele que determina os códigos da respeitabilidade que estruturam o espaço público e decide quais são as grandes proibições que fundamentam esse espaço, sendo dotado, além disso, do poder de expelir quem não os respeita, é quem exerce a hegemonia ideológica.”
“Nos últimos cinquenta anos, aproximadamente, na maioria das sociedades ocidentais, o sistema mediático pouco a pouco transformou a conversa em monólogo progressista. Essa tendência se radicalizou desde o início dos anos 1990, com a entrada na era da civilização globalizada e diversitária.”
O Império do Politicamente Correto: capítulo 2
“Vamos traduzir muito concretamente: é provável que não haja nada melhor do que um concerto antiTrump para gerar novos trumpistas.”
“Com as redes sociais, o espaço público se desacopla do sistema midiático que antes estendia seu domínio sobre ele. Concretamente, o sistema midiático oficial perde seu monopólio na criação das narrativas da coletividade.”
“O jornalismo político não se emancipou da mitologia do Watergate, que não o leva a pôr em cena, da maneira mais objetiva possível, os grandes desafios de uma sociedade, mas a tirar sistematicamente do esconderijo o golpe ou armação por trás do poder.”
O Império do Politicamente Correto: capítulo 3
“A que a esquerda se relaciona? A que a direita se relaciona? Será que existe algo como uma verdadeira esquerda e uma verdadeira direita? Será que tais categorias existem em estado quimicamente puro?”
“Em outras palavras, quem se debruça sobre esse debate logo se permite uma primeira observação: não existe reciprocidade entre a esquerda e a direita. As duas categorias, que parecem responder uma à outra, não designam a mesma realidade. Não se trata das duas faces de uma mesma moeda política.”
Trechos do capítulo 4
“Os populistas não aceitam o papel de antidemocratas, e a menos que sejam pintados exclusivamente à maneira de manipuladores sorrateiros, que jogam com o sentido das palavras para dissimular um programa inconfessável, será preciso levar a sério essa pretensão e ver como eles compreendem a democracia.”
“Os populistas julgam ser, atualmente, os restauradores, e mesmo os salvadores de uma democracia que se tornou alheia à sua promessa inaugural, e pretendem resgatar um princípio esquecido, até desprezado: a soberania popular, que promete a um povo que ele decida por si mesmo sobre as finalidades que situará no cerne de sua existência política e sobre as grandes decisões que lhe permitem construir seu futuro.”
“O retorno das paixões políticas é assimilado pela politologia progressista a uma submersão da razão pela emoção ou, pior ainda, a um simples retorno do ‘ódio’.”
“Uma coisa parece certa: as categorias políticas surgidas no âmbito da modernidade providencialista, quer se trate da esquerda social-democrata, quer da direita neoliberal, parecem cada vez menos operantes.”
O Império do Politicamente Correto: capítulo 5
“Movimentos sociais pretendem a partir de agora fazer emergir categorias sociais a partir da linguagem da raça. Reativam-na como conceito político e investem-na de afetos, além de trabalhar por sua midiatização, o que a transforma em princípio eficaz de mobilização.”
“A contabilidade racial torna-se indispensável à construção de uma sociedade justa. É preciso desbranquear a sociedade. Como se vê em certos campi estadunidenses, celebra-se o desaparecimento dos brancos do espaço público, por meio da organização de Dias de Ausência, em que estes não compareceriam à universidade, a fim de se apagarem da cena social.”
“Não nos proibiremos de assinalar um paradoxo: um indivíduo alheio a toda forma de pensamento racista, mas afeito aos princípios universalistas, será julgado cúmplice de um sistema racista, enquanto um indivíduo movido pelo ódio aos brancos — e, portanto, por uma forma de ódio racial — será desculpado de racismo, visto que sua aversão não seria sistêmica e não constituiria uma relação de poder.”
Trechos do capítulo 6
“Os tempos tranquilos já se foram. Somos contemporâneos do fim da democracia apaziguada.”
“O homem não se desenvolve da mesma maneira se seu país é poderoso ou se está em decomposição; duvida de si mesmo e acaba por reconhecer-se no pior retrato que pode fazer de si mesmo.”
O Império do Politicamente Correto: capítulo 7
“Se o populismo tem ecoado na Europa ocidental nos últimos trinta anos é porque não raro foi o único a fazer política.”
“Fala-se do retorno do conservadorismo: talvez eu devesse falar antes de sua desinibição. Não que ele houvesse desaparecido do mapa, mas fazia um bom tempo que não aparecia no radar das ciências sociais e do discurso público, exceto por meio de uma série de fobias. O conservadorismo era denominado ‘populismo’ ou confundido com ‘extrema-direita’. Em outras palavras, buscava-se não tanto descrevê-lo, mas denegri-lo.”
Quem é Mathieu Bock-Côté?
Mathieu Bock-Côté é um sociólogo canadense, nascido em 20 de agosto de 1980, no Quebec.
O jovem ensaísta e escritor atua como comentarista político de orientação conservadora em programas de rádio e televisão. Autor do livro O Multiculturalismo como Religião Política, parte do catálogo da É Realizações, tem como influências os pensadores Raymond Aron e Alain Finkielkraut.
Grande defensor da liberdade de expressão, também é crítico do multiculturalismo, do anacionalismo (antinacionalismo radical, universalismo e globalização) e do politicamente correto.
Leitura imperdível, não é mesmo?
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