A Mente Servil – Como a democracia solapa a vida moral é um livro do cientista político neozelandês Kenneth Minogue. Parte da Coleção Abertura Cultural, a edição conta com tradução de Pedro Sette-Câmara.
Nesta publicação – exclusiva no Brasil pela É Realizações –, o autor explora “a natureza da ilusão na política” e reflete sobre a “fragilidade das esperanças” em nosso tempo. Dois elementos que acabam por gerar um “choque formidável de juízos”, em suas próprias palavras.
Em resumo, trata-se do “caso de amor” da intelectualidade com a perfeição social. Um título imperdível para leitores críticos, A Mente Servil permite observar um específico conflito de nossa cultura.
Liberdade versus justiça
No panorama que Kenneth Minogue traça em A Mente Servil, de um lado está a liberdade comercial que possibilitou o aumento da prosperidade – e, por sua vez, o aumento da própria liberdade individual –, além dos avanços tecnológicos que, cada vez mais, vem prolongando a vida.
Do outro lado, de acordo com Minogue, está o capitalismo fora de controle. Isso que, “pelo critério da igualdade”, tem se mostrado um “fracasso dramático”, porque em vez de criar sociedades justas vem acentuando as “imensas diferenças” quanto a riquezas e recursos disponíveis para alguns em detrimento de outros.
Em A Mente Servil, Kenneth Minogue, então, pergunta: “Será que as práticas das sociedades livres não são talvez responsáveis por essa condição terrível?”. O autor faz ainda outras perguntas pertinentes à discussão.
Temas de A Mente Servil
Um dos títulos mais instigantes do catálogo da É Realizações, é leitura indispensável para interessados em:
- Assuntos ligados à moral e ética,
- Ética política,
- Ética social,
- Liberdade,
- Vida moral,
- Modernidade,
- Justiça,
- Igualdade,
- Democracia,
- Capitalismo.
O livro é composto de cinco capítulos, somando quase 450 páginas! A edição também oferece um índice analítico. Os capítulos são:
- “Ambiguidades Democráticas”,
- “O Projeto de Equalização do Mundo”,
- “A Vida Moral e suas Condições”,
- “O Mundo Político-Moral”,
- “A Ambivalência e a Civilização Ocidental”.
Em linhas gerais, a publicação analisa como a moralidade ocidental evoluiu para uma mera “postura” político-moral. Pensar, verbalizar e exibir – principalmente nas mídias sociais – qualquer preocupação com a pobreza, as guerras ou o meio-ambiente, por exemplo, parece suficiente, quando na verdade o correto seria a responsabilidade moral individual.
Minogue aborda a questão da transferência de responsabilidade das questões morais para os governos, o que revela um paradoxo: quanto mais permitimos que os governos definam nossa ordem moral, mais necessitamos que determinem também como devemos nos comportar e o que pensar. Para o pensador, virtudes morais são frutos da vontade moral.
Por um ponto de vista conservador, o autor constrói sua análise na ideia de civilização versus barbárie. Para Minogue, na modernidade a liberdade é também responsabilidade moral individual, uma vez que os costumes perderam força – e atuavam como ótimos balizadores morais.
O movimento que Kenneth enxerga como perigoso não é exclusivo de nosso tempo, porém, mais visível: a liberdade moral individual está indo parar, indevidamente, na mão do governo. É quando passamos então a falar de vida moral versus servilismo.
Quem é Kenneth Minogue?
Kenneth Minogue foi professor emérito de Ciência Política na London School of Economics. Escreveu sobre liberalismo, nacionalismo, ideia de universidade, lógica da ideologia, democracia e vida moral. Nascido na Nova Zelândia, formou-se na Austrália e atuou como colunista do The Times e do Times Higher Education Supplement.
Uma instigante e inteligente leitura, A Mente Servil – Como a democracia solapa a vida moral eleva a discussão, principalmente porque opõe, contrapõe e contrasta conceitos: “Evidentemente, toda a relação entre liberdade e justiça é um complexo de paradoxos. Como se pode construir uma comunidade justa cuja essência seja que a competição abre caminho para a cooperação?”.
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