Em Defesa do Preconceito – A necessidade de se ter ideias preconcebidas trata-se de uma reflexão arrojada do psicanalista inglês Theodore Dalrymple sobre a importância de sabermos distinguir entre o bem e o mal – na mais corriqueira situação –, partindo, sim, de preconceitos. Absurdo?
Nem tanto, fazendo uma fria reflexão. Uma das vozes mais originais do pensamento conservador contemporâneo – também um dos mais importantes autores do catálogo da É Realizações – apenas explica que, primeiro, um preconceito, ainda que seja erradicado, será sempre precedido de outro; e, segundo, porque há uma ilusão por trás do “preconceito contra o preconceito”, que supõe a capacidade do ser humano evoluir em determinadas características – como a ganância, o ressentimento – algo que a História, desde sempre, vem mostrando que não.
Dalrymple não ignora os inaceitáveis preconceitos, como o racial, muito menos o caráter nada incomum e raso do preconceito /preconceituoso, no sentido da falta de uma reflexão mais detida e humana acerca dos assuntos. Entretanto, não ignora, também, o caráter civilizador do preconceito, que é outro fato, embora nem sempre fácil de aceitar, pelo risco de sermos considerados… preconceituosos.
Com esse audacioso título e prosa atraente, Em Defesa do Preconceito é composto de 29 ensaios curtos, porém rigorosos, sobre o esforço de extirpar nossas mentes de todo e qualquer preconceito, o que, em suas próprias palavras, “não está apenas condenado ao fracasso, mas também afeta os nossos julgamentos de forma funesta”.
Confira um trecho de Em Defesa do Preconceito!
“O homem sem preconceito, ou melhor, o homem que declara viver dessa forma, é alguém aterrorizado pela ideia de ser visto, em primeiro lugar, como intolerante e, em segundo, como alguém tão mentalmente incapaz, tão desprovido de individualidade e de potência mental, que não pode pensar por si próprio. Para as suas opiniões, ele não pretende usar as migalhas de sabedoria ou mais provavelmente da falta dela, o que significa que teria que se prender aos preconceitos. Portanto, todo homem mentalmente elevado e capaz deve comportar-se como um Descartes, em todos os assuntos e questões que lhe são apresentados. Em outras palavras, esse homem atemorizado busca dominar aquele ponto cartesiano indubitável a partir do qual, e somente a partir do qual, poderá construir uma opinião razoável – vale dizer, uma opinião verdadeiramente sua e que nada deva para pressuposições não examinadas.”
O prefácio à edição brasileira foi escrito por Reinaldo Azevedo e a tradução ficou a cargo de Maurício G. Righi.
Nas palavras de Reinaldo Azevedo, Em Defesa do Preconceito “é um daqueles livros que reorganizam a nossa experiência. É impossível enxergar do mesmo modo alguns temas da cultura e da política depois de passar por seus 29 pequenos e precisos ensaios, numa prova de que a profundidade não é incompatível com a concisão”.
Entre os interessantes capítulos, estão:
- “A história nos diz aquilo que queremos ouvir”,
- “Por que preferimos ver os desastres da história às suas realizações”,
- “Preconceito necessário para a vida em família”,
- “A inevitabilidade do preconceito”,
- “Igualdade de todas as opiniões, desde que sejam as suas”,
- “Sem preconceito não há virtude”.
Em Defesa do Preconceito – A necessidade de se ter ideias preconcebidas é mais um título de Theodore Dalrymple no catálogo da É Realizações, parte da Coleção Abertura Cultural.
O que é a Coleção Abertura Cultural?
Os livros da Coleção Abertura Cultural tratam, sem amarras, de política, história, sociologia, entre outros temas, e auxiliam não apenas na compreensão do mundo contemporâneo, como aprimoram, igualmente, o agir moral e virtuoso, refinando traços de caráter, como generosidade, honestidade, coragem e perseverança.
Para a É Realizações, livros de credibilidade são cruciais para a formação de um repertório qualificado. Sociedades complexas pedem pensadores que saiam do lugar-comum e apresentem reflexões audazes – a fim de afastar, tanto quanto possível, os pensamentos condicionados.
Quem é Theodore Dalrymple, autor de Em Defesa do Preconceito?
Theodore Dalrymple é um pseudônimo de Anthony Daniels. O psiquiatra londrino fez uso educativo de sua experiência de trabalho em países como Zimbábue e Tanzânia, além da própria cidade inglesa de Birmingham, onde trabalhou numa prisão.
Dalrymple tornou-se um respeitado ensaísta e crítico da sociedade e da cultura, escrevendo também sobre política, educação, entre outros temas relacionados à civilização. Ah, e pela É também publicou sua primeira ficção: Tanto por Fazer.
Crítico do pensamento progressista, foca suas reflexões na responsabilidade do indivíduo por suas próprias ações e na importância da tradição na busca de sociedades prósperas e respeitosas – distante da violência, da criminalidade, da dependência do Estado etc.
Theodore Dalrymple escreve para veículos como The Times, The Daily Telegraph, The Observer e The Spectator.
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