Ortodoxia Subversiva, de Robert Inchausti, analisa 20 escritores cristãos que marcaram a formação do pensamento contemporâneo. Entre os nomes examinados pelo autor americano estão: Johann Wolfgang von Goethe, Soren Kierkegaard, G. K. Chesterton, Nikolai Berdiaev, Fiódor Dostoiévski e William Blake.
O poeta romântico William Blake, a propósito, é o tema de hoje, nessa breve apresentação de uma obra de leitura tão substancial. Para interessados em literatura, religião e espiritualidade, Ortodoxia Subversiva é, sem dúvida, uma leitura imperdível. O título integra a extraordinária Coleção Abertura Cultural e conta com tradução de André de Leones. A edição traz posfácio do autor, relação das obras citadas e índice remissivo.
Vamos conhecer mais de William Blake?
Confira trechos de Ortodoxia Subversiva sobre William Blake!
“Os pensadores que prefiguram a vanguarda ortodoxa eram, em sua maioria, conservadores marginais trabalhando a partir de premissas cristãs contra as apropriações do sagrado pelos racionalistas do Iluminismo e pela renovação da fé por meio do poder da revelação. Se fôssemos seguir o rastro desses pensadores contraculturais até as suas origens, descobriríamos que todos eles começaram em movimentos que pregavam uma ‘volta às origens’ de uma ou de outra forma.”
“Em nossa era, assim como em qualquer período de transição, Deus parece morto, mas, na verdade, é a nossa cultura iluminista que morreu. Nossas antigas realidades compartilhadas estão abrindo espaço para novas formas e instituições. Em todo caso, Deus independe radicalmente desses cenários ‘mundanos’. Somos nós que estamos mudando. Foi isso que William Blake tentou nos dizer, e que Goethe e Kierkegaard compreenderam tão profundamente.
“Se alguém fosse procurar o grande precursor arquetípico dos proféticos pensadores cristãos que defendem o retorno da alma do exílio imposto pelo racionalismo iluminista, William Blake cairia quase como uma luva. Condenado como herético por alguns e como ortodoxo em demasia por outros, ele foi o primeiro a apontar como, exatamente, as novas ciências distorciam o papel da imaginação nos assuntos humanos e sacrificavam a alma.”
“Para Blake, a mente utilitária e sedenta de poder era a própria encarnação do egocentrismo desconectado das energias espirituais de Deus e do revolucionário fervor da época; era, portanto, algo maligno. Em outras palavras, Blake era ‘ortodoxo’ em sua posição profética contrária ao novo materialismo, mas ‘vanguardista’ em sua resistência ao Deus Relojoeiro abstrato, distante e postergado dos teólogos e cientistas do Iluminismo.”
Com Ortodoxia Subversiva, o objetivo de Inchausti é corrigir a ideia – chamada de “incompreensão” pelo autor – de que o cristianismo é reacionário, apegado a preconceitos de classe, raça e gênero e “recheado de superstições ultrapassadas.”
Mais autores abordados em Ortodoxia Subversiva
Além dos nomes já citados, Robert Inchausti investiga os seguintes pensadores:
- Boris Pasternak
- Aleksandr Soljenítsin
- Jack Kerouac
- Walker Percy
- Dorothy Day
- Thomas Merton
- Martin Luther King Jr.
- F. Schumacher
- Wendell Berry
- Marshall McLuhan
- Northrop Frye
- Jacques Ellul
- Ivan Illich
- René Girard
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Quer saber mais sobre o livro? Leia o artigo: Ortodoxia Subversiva: conheça revolucionários e cristãos disfarçados!
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