Filosofia Verde, livro de Roger Scruton, é um convite à reflexão sobre questões ambientais que, ainda que finjamos não ver, estão pulsando ao nosso redor – ou melhor, queimando!
Ou quando estamos vendo – e pensando de que forma poderíamos fazer alguma coisa – acontece exatamente como Scruton escreve:
“Os problemas relacionados ao meio ambiente parecem estar tão fora de nosso alcance que ficamos à deriva, perdidos entre opiniões e políticas concorrentes, mas sem termos, de fato, um ponto de apoio, exceto nos rastros de nossas preocupações.”
Filosofia Verde é também sobre a responsabilidade de todos nós perante a natureza, essa “herança comum” que deveríamos administrar. Trata-se de um ensaio reflexivo sobre ambientalismo – considerando toda a tradição conservadora – e traz a questão ambiental como o problema político mais urgente de nossa era.
O meio ambiente “chegou ao topo da agenda política”, como o próprio Scruton escreveu em artigo publicado na Spectator.
Para além das mudanças climáticas, dos vazamentos de petróleo, dos resíduos tóxicos e da perda da diversidade, Scruton discorre sobre capitalismo internacional, consumismo e exploração excessiva dos recursos naturais, além de fazer uma crítica às ONGs que dizem cuidar do meio ambiente, mas que, segundo o inglês, não são anjos.
Para Scruton, essas organizações possuem a riqueza e o poder de muitos dos governos, mas não assumem responsabilidades. O autor tampouco protege o governo. Ele aponta os argumentos para os burocratas sem rosto – e, claro, para o Estado babá.
“Ademais, observamos como governos, ONGs e grupos de pressão fazem o seu jogo ao aumentar a ansiedade comum, ao mesmo tempo que se oferecem para aliviá-la.”
Confira algumas reflexões que Filosofia Verde propõe:
- Quais são os danos que causamos ao meio ambiente, enquanto fingimos que não estamos vendo? Por exemplo, quando pedimos comida via aplicativo e elas chegam em várias embalagens de plástico.
- Qual é o papel do livre mercado no que concerne à poluição de rios e mares, por exemplo?
Outros conceitos que são tratados no livro Filosofia Verde:
- Economia moral,
- Leis de mercado,
- Externalidades,
- Energia limpa.
Entre pontos de vista e argumentos, não seria Scruton se não tratasse do belo e do sagrado. Ele também aborda o conceito “oikophilia”, que seria o amor ao lar.
“O amor ao lar – oikophilia – tem origem em nossa necessidade por alimento e segurança, mas ele se dissemina em nosso ambiente, em modos mais misteriosos e menos notadamente interesseiros. Caracteriza-se como um chamado à responsabilidade, e reprova o cálculo.”
Roger Scruton é considerado por muitos o pensador conservador mais influente desde Edmund Burke. Ele faz então um alerta à ala conversadora que vem se distanciando da agenda ambiental cada vez mais – e em todo o mundo.
Transbordando de referências à história, filosofia, arte, teoria cultural, literatura e ao direito, Filosofia Verde é uma conversa elegante e ambiciosa sobre o presente, mas sem deixar de lado a importância da sensação de “temporalidade” dentro de nós – referência a Bergson –, essa que é capaz de conectar passado e futuro e nos dar identidade.
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