O Paraíso à Porta – Ensaio sobre uma alegria que desconcerta é um dos livros do escritor e filósofo francês Fabrice Hadjadj. Nesta leitura de “fecundidade transbordante”, é possível fazer viagem simultânea pela filosofia, pela teologia e pelas artes.
Parte do catálogo da É Realizações, as reflexões de Hadjadj passam por escritores e pensadores, como Friedrich Nietzsche, Franz Kafka, Charles Baudelaire, Mircea Eliade, Benny Lévy, Pierre Klossowski, Emmanuel Lévinas, além dos artistas Gian Lorenzo Bernini e Wolfgang Amadeus Mozart.
O que é, afinal, o paraíso à porta?
Para Fabrice Hadjadj, o paraíso é um convite à alegria do aqui e agora. Ou seja, o que o escritor propõe é que aprendamos a estar presentes em nossas próprias vidas, apreciando cada detalhe e, principalmente, cada pessoa que amamos.
O Paraíso à Porta leva a pensar a respeito das implicações de nossos hábitos e, sobretudo, acerca dos desafios do futuro, se não mudarmos esses hábitos.
O que Fabrice Hadjadj nos oferece, neste título traduzido por Pedro Sette-Câmara, são novos caminhos para pensar o cotidiano, além dos caminhos já conhecidos, mas que, por alguma razão, negligenciamos.
O niilismo característico de sua escrita, consequência de suas crenças durante a adolescência e os primeiros anos de vida adulta, quando se considerava ateu e anarquista, continua presente. Há, contudo, certa beleza em sua forma de deixá-lo à mostra.
Foi em 1998 que o filósofo converteu-se ao catolicismo. Nesta virada de crenças, Fabrice Hadjadj escreveu o livro Réussir sa mort: Anti-méthode pour vivre, com o qual ganhou o Grand Prix Catholique de Littérature, em 2006.
Em 2014, Hadjadj foi nomeado pelo Vaticano membro do Pontifício Conselho para os Leigos, que consiste em auxiliar o Papa no empenho que os fiéis leigos devem dar à própria vida e à missão da Igreja para com o mundo.
O Paraíso à Porta é, portanto, e em suas próprias palavras: “Aparentemente, mais um tijolo que pesa do que uma estrela que brilha […] uma coleção de livrinhos: mesmo que eles sigam uma progressão coerente, seus capítulos, seus intermédios, podem ser lidos separadamente, como se fossem opúsculos descartáveis”.
Temas de O Paraíso à Porta
Aos que preferem uma leitura livre, o sumário contido nesta edição auxilia bastante, porque permite escolher o que ler por temas, como:
- “Crer no paraíso por engano”,
- “Nietzsche e os além-mundos”,
- “O grande teatro do mundo”, entre muitos outros.
São mais de 400 páginas de reflexões e o autor apresenta inúmeras definições de paraíso, além dos universos em que cada uma se encaixa, inclusive como instrumento político-social.
Confira alguns trechos de O Paraíso à Porta – Ensaio sobre uma alegria que desconcerta, este livro que é, como consta na epígrafe, um “encontro com aquilo que não passa”.
“A noção de paraíso não é portanto apenas religiosa e privada. Ela faz com que o mundo gire mais redondo. Ela coloca – sobretudo – a política em crise. Esta última tem por tarefa conduzir a multidão ao bem comum um temporal. […] Essa é claramente a aporia: ou a cidade terrestre é confundida com a cidade celeste, e assim torna-se totalitária, ou a cidade terrestre é separada da cidade celeste, e então perde a bússola.”
“De fato, a felicidade é o objetivo, o paraíso, o filme último. E, como diz Aristóteles, a causa final é a causa das coisas. É em função do fim que os meios são determinados.”
“Daquilo que precede é preciso concluir duas coisas contrárias: 1º O bem comum temporal não pode ser confundido com o bem comum eterno, ou a política (ou a religião) se fecharia num projeto totalitário. 2º O bem comum temporal não pode ser separado do bem comum eterno, ou a política (ou a religião) resvala num laissez-faire assassino. Estamos numa enrascada. Mas contrário não é contraditório. Nem separar nem confundir, é distinguir para unir.”
Quem é Fabrice Hadjadj?
Fabrice Hadjadj é judeu, nascido em Nanterre. Atua como professor de Filosofia e Literatura na cidade de Toulon. É casado com a atriz Siffreine Michel, com quem tem quatro filhas e dois filhos.
Um autor original, seus livros são espaços privilegiados que permitem pensar sob diferentes e novas perspectivas.
Em outras palavras, a literatura de Fabrice Hadjadj é uma ampla janela aberta para o passado, o presente e o futuro. Estar em contato com sua obra é se permitir um enriquecimento pessoal e cultural arrojado, que não apenas alarga o conhecimento, como também refina a sensibilidade.
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De Fabrice Hadjadj, além de O Paraíso à Porta você encontra na É Realizações os demais livros:
Jó – Ou a tortura pelos amigos
A Profundidade dos Sexos – Por uma mística da carne
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