Ortodoxia Subversiva – Foras da Lei, Revolucionários e Outros Cristãos Disfarçados é um magnífico livro do americano Robert Inchausti. Com tradução de André de Leones, integra a Coleção Abertura Cultural. A publicação inédita no Brasil analisa a contribuição de 20 pensadores cristãos na formação do pensamento contemporâneo, ora sendo ortodoxos, ora subversivos.
Recentemente, publicamos um trecho da análise de Inchausti sobre o poeta romântico William Blake. Hoje, porém, apresentaremos algumas ideias do autor sobre outro romântico: Johann Wolfgang von Goethe.
Confira alguns trechos dessa leitura imperdível!
Trechos de Ortodoxia Subversiva sobre Goethe
“Embora Blake tenha sido o primeiro grande artista ocidental a se rebelar contra o racionalismo reducionista de Newton, Bacon, Locke e Descartes, Goethe foi o primeiro a descrever por completo a psicologia problemática que as Novas Ciências deixaram em seu rastro. […] Ele sabia que a verdadeira história de seu tempo não era a ascensão e a queda de Napoleão, mas a ascensão das desenfreadas ambições de Napoleão nas almas do homem comum.”
“Goethe foi ortodoxo apenas no sentido de que viveu em uma cultura convencionalmente cristã — aceitava sua moralidade, participava de seus rituais e usava o simbolismo cristão tradicional em sua escrita. […] Mas sua grande obra literária, Fausto, continua a ser uma expressão característica do cristianismo ortodoxo — colocando o diabo contra Deus em uma luta pela alma imortal da humanidade.”
“O que é notável aqui é a percepção de Goethe das tragédias espirituais inerentes tanto ao movimento romântico, representado pelo Werther, quanto à aposta científico-tecnológica, representada pelo Fausto. Esses dois lados da psiquê moderna — a procura idealista e juvenil pela completa satisfação pessoal e a cínica sede de poder da meia-idade — funcionam como os dois lados de um mesmo conto admonitório. Os Sofrimentos do Jovem Werther nos alerta para não confundir nossos desejos com a realidade, por mais autênticos que eles possam parecer. Nossos sonhos jamais serão satisfeitos por completo, pois eles são um sintoma de uma busca mais profunda, que não é deste mundo. Por sua vez, Fausto nos adverte que, não importa quanto poder tenhamos, não importa quão infinitos sejam os nossos recursos, a providência divina permanecerá um mistério para os nossos eus biológicos. Essas ideias essencialmente religiosas são mais do que morais; elas são afirmações ontológicas e hipóteses existenciais nascidas de uma visão de mundo religiosa que não pode ser provada nem refutada pelo método científico, daí seu duradouro poder crítico.”
Outros pensadores analisados por Robert Inchausti em Ortodoxia Subversiva são: René Girard, Soren Kierkegaard, G. K. Chesterton, Nikolai Berdiaev, Fiódor Dostoiévski, Boris Pasternak e Aleksander Soljenítsin. Ele descreve tais autores como “vanguardistas ortodoxos” e tem como objetivo esclarecer a “incompreensão do cristianismo”, quando considerado reacionário, vinculado a preconceitos de classe, raça e gênero, entre outras ideias, para o autor, “ultrapassadas”.
Confira mais pensadores que você encontra em Ortodoxia Subversiva!
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Leia o artigo: Ortodoxia Subversiva: conheça revolucionários e cristãos disfarçados!
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