Em Ortodoxia Subversiva, livro inédito no Brasil, Robert Inchausti analisa 20 pensadores cristãos que contribuíram, de forma “ortodoxa e subversiva”, para a formação do pensamento contemporâneo.
Com tradução de André de Leones, a publicação integra a substancial Coleção Abertura Cultural e, claro, é leitura recomendadíssima para apreciadores de literatura, filosofia, religião e espiritualidade.
Aqui em nosso blog já apresentamos trechos acerca de alguns dos autores examinados por Inchausti. Por exemplo, os expoentes românticos William Blake e Johann Wolfgang Von Goethe; e o pensador católico G. K. Chesterton. Hoje, dividiremos um pequeno trecho sobre Søren Kierkegaard.
Søren Kierkegaard em Ortodoxia Subversiva
Para Inchausti, a maior contribuição do filósofo dinamarquês para o pensamento moderno foi ter aberto uma “séria investigação intelectual sobre a nossa existência individual perante Deus”.
O autor acredita que Kierkegaard “se engajou em uma extensa contemplação antropológica para mapear o território desconhecido da autonomia espiritual humana”. E ainda faz uma crítica: “Aqueles que copiam as práticas convencionais cristãs não são cristãos de verdade, mas conformistas apanhados pelo giro mundano da individualidade mimética”.
Confira a análise completa no livro!
Quais outros autores são analisados?
Outros nomes que compõem a “vanguarda ortodoxa” de Robert Inchausti são:
- Nikolai Berdiaev
- Fiódor Dostoiévski
- Boris Pasternak
- Aleksandr Soljenítsin
- Jack Kerouac
- Walker Percy
- Dorothy Day
- Thomas Merton
- Martin Luther King Jr.
- F. Schumacher
- Wendell Berry
- Marshall McLuhan
- Northrop Frye
- Jacques Ellul
- Ivan Illich
- René Girard
É ou não é uma leitura imperdível?
Quem foi Søren Kierkegaard?
Søren Aabye Kierkegaard foi um filósofo dinamarquês, nascido em Copenhague em 5 de maio de 1813. Educado em um ambiente de rígido pietismo, entre seis irmãos, teve a personalidade profundamente marcada pela religião.
Fisicamente, Kierkegaard se descrevia como “franzino, raquítico e fraco”. Passou a infância e juventude na austeridade e melancolia, tendo sofrido com inúmeras crises de ansiedade. Foi de seu pai que herdou a severidade de seu humor – assim como o talento para a argumentação. No entanto, esse temperamento emotivo, sensível e apaixonado contribuiu à vida que dedicou ao conhecimento.
Aos 17 anos, Kierkegaard matriculou-se na Universidade de Copenhagen para cursar teologia. Teve entre seus professores o renomado hegeliano Hans L. Martensen, bispo da Igreja Oficial da Dinamarca, de quem mais tarde se tornou grande inimigo.
A morte de sua mãe desencadeou a primeira grande crise espiritual – física e emocional – de Kierkegaard. Ele quis desistir dos estudos na universidade e começou a levar uma vida boêmia, acumulando dívidas que posteriormente seriam pagas por seu pai.
Alguns anos depois, precisamente em 1838, retornou à fé, quando se comprometeu a estudar, pensar e propagar o cristianismo. No mesmo ano, perdeu o pai e deu início à carreira de escritor, publicando Dos Papéis de Alguém que Ainda Vive.
Em 1840, formou-se em Teologia. E três anos depois se tornou mestre em Filosofia, com uma dissertação sobre o conceito de ironia. Nesse mesmo ano ficou noivo de Regine Olsen. O relacionamento durou apenas um ano, mas o rompimento influenciou sua obra de maneira irreversível.
Logo após o término do noivado, Kierkegaard viajou para a Alemanha para realizar um curso na Universidade de Berlim com nada mais nada menos do que Friedrich Schelling. Entre seus companheiros de turma estavam outros nomes de peso, como Ludwig Feuerbach, Friedrich Engels e Mikhail Bakunin.
Em seus últimos anos de vida, Kierkegaard travou intensa luta contra a Igreja Oficial da Dinamarca. Morreu em Copenhagen em 11 de novembro de 1855.
Conheça mais sobre a importância do filósofo dinamarquês existencialista!
Garanta seu exemplar!
E conte com a É Realizações para leitura de títulos factuais, esclarecedores e com abordagens originais. Acompanhe nossas novidades no Instagram!
