Mario Vieira de Mello foi um dos mais importantes pensadores brasileiros do século XX. O diplomata, de imensa envergadura cultural, dialogou tanto com a tradição como com o que havia de mais atual no pensamento de sua época.
Nascido na Inglaterra, em 26 de maio de 1912, Mario cresceu e concluiu seus estudos no Brasil. Seu pai, Américo Vieira de Mello, também diplomata, encontrava-se em missão oficial em Newcastle durante seu nascimento, mas exatamente por isso conseguiu obter a nacionalidade brasileira ao filho.
Mario Vieira de Mello conquistou seu diploma de bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito no Rio de Janeiro, conhecida por Faculdade do Catete, em 1930.
Em seguida, optou pela carreira diplomática. Nove anos depois, entrou no Itamaraty, no cargo de terceiro secretário.
Durante muitos anos, Mario serviu na Europa, inclusive em Paris, como parte do corpo diplomático brasileiro na Unesco. Enquanto morava na França, casou-se com Elizabeth Maria Galotti. Por lá, assistiu ao nascimento de sua primeira e única filha, Maria Elvira Galloti Vieira de Mello.
Em 1968 foi nomeado pelo presidente Emílio Garrastazu Médici como embaixador em Gana. Na Guatemala, em 1970, recebeu a Grã-Cruz da ordem do Quetzal, pelas mãos do ministro das Relações Exteriores.
A partir de 1974, na Hungria, seu último país de atuação, Mario Vieira de Mello atuou como ministro de primeira classe. Em 1977, com 38 anos de carreira, optou pela aposentadoria como diplomata.
Carreira literária de Mario Vieira de Mello
Quanto à carreira literária, Mario Vieira de Mello, de início, trouxe uma crítica ao esteticismo da cultura nacional, com o livro Desenvolvimento e Cultura: o Problema do Estetismo no Brasil, de 1963 – que agora integra o catálogo da É Realizações.
Além disso, Mario problematizou a falta de princípios éticos na formação das elites brasileiras, o que permitiu a abertura de portas para ideias marxistas na esquerda, já que não se devia mais esclarecimentos das convicções morais.
O ponto de vista do autor chamou atenção e foi objeto de análises por parte de pensadores renomados, como José Guilherme Merquior, no livro Saudades do Carnaval. Mario Vieira de Mello foi amigo íntimo de Octávio de Faria e Vinicius de Moraes.
Seus demais livros, todos publicados após sua aposentadoria diplomática, são voltados a temas filosóficos, políticos e educacionais. Conheça-os:
- O Conceito para uma Educação de Cultura no Brasil, de 1986
- Nietzsche – O Sócrates de Nossos Tempos, de 1993
- O Cidadão, de 1994
- O Humanista, de 1996
- O Homem Curioso, de 2001
Mario Vieira de Mello faleceu com 93 anos, no dia 30 de março de 2006.
Desenvolvimento e Cultura: O Problema do Estetismo no Brasil
Leitura imperdível para apreciadores de ciências humanas e sociais e os fundamentos da cultura brasileira, Desenvolvimento e Cultura: O Problema do Estetismo no Brasil acaba de chegar em nosso catálogo e não pode faltar na biblioteca!
Nesta obra, Mario Vieira de Mello oferece uma leitura alternativa da Semana de Arte Moderna, ocorrida entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922.
Analisado pelo viés da virtude socrática, para o diplomata o evento histórico incentivou a consolidação do estetismo na cultura brasileira, o que contribuiria para a redução da complexidade do ser humano.
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