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Sobre As Memórias de Underground, de Roger Scruton

As Memórias de Underground é sobre uma experiência que desapareceu do mundo. Um dos romances do filósofo Roger Scruton, nome entre os mais renomados do pensamento conservador, é um livro que simplesmente precisa ser lido. Por quê?

É possível dizer que Scruton viveu na pele o enredo de As Memórias de Underground, porque nos anos 1980 viajou inúmeras vezes ao Bloco do Leste, contrabandeando livros e estabelecendo contatos a fim de defender as universidades subterrâneas que ajudou a estabelecer por lá.

O romance é um tanto quanto sombrio, porém muito bonito – e como não ser? É Scruton – e trata de um momento específico da vida do personagem Jan Reichl.

O pai de Reichl foi considerado criminoso pelo Estado por ler e discutir literatura clássica. Por isso, foi condenado à morte prematuramente, confinado num campo de trabalhos forçados. E por seu pai, Jan foi condenado a trabalhar como varredor de rua.

Acontece que Jan Reichl tem o hábito de andar de metrô por horas e horas, momentos em que se sente reconstruído, porque pode ficar em silêncio, desfrutando de certa “solidariedade” com outros que também tiveram suas vidas tomadas pelo totalitarismo.

Durante essas viagens, Jan aproveita para escrever histórias curtas. Histórias que sua mãe – faxineira numa fábrica de papel durante o dia –, digita à noite e coloca em circulação de maneira secreta, usando o papel roubado da fábrica.

Em algum momento dessa jornada, Jan Reichl vê Betka. Amor à primeira vista.

Betka é uma jovem confiante, direta, aquele tipo que, sedutoramente, consegue preservar o mistério, uma experiência que também desapareceu do mundo.

E é Betka quem proporcionará a Jan a experiência de beleza mais intensa de sua vida. Na verdade, é Betka a alma de As Memórias de Underground.

Como praticamente não poderia ser diferente, é um livro com ideias morais. Ele explora os conceitos de verdade, sacrifício, amor e poder do invisível.

Quem já leu Roger Scruton pode esperar a mesma elegância e profundidade, embora deva saber, já de início, que o romance não é político, ainda que suas cenas aconteçam nas ruas do medo da Tchecoslováquia comunista.

Na verdade, As Memórias de Underground é uma história de amor apaixonada e clandestina.

Não espere tampouco uma leitura fácil, no sentido de entretenimento. De certa forma até incomoda. Contudo, é bastante gratificante. O romance é profundamente humano.

Estava à procura de uma leitura primorosa? Este é o título.

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As Memórias de Undergoud, de Roger Scruton.

Sir Roger Scruton morreu em 12 de janeiro de 2020. Foi diagnosticado com câncer pouco tempo depois de sua vinda ao Brasil, em 2019. Despediu-se da vida pacificamente, cercado por sua família.

Uma vida dedicada às letras, deixou publicações notáveis sobre quase tudo: arquitetura, filosofia, beleza, música, religião, vinhos. E não só! Scruton realizou coisas notáveis também como a universidade subterrânea tcheca. O amor pelo conhecimento venceu a Cortina de Ferro.

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