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T. S. Eliot: Biografia, Frases, Livros e Poemas

TS Eliot perfil

Provavelmente você já ouviu falar ou leu alguma coisa sobre T. S. Eliot, mas você sabe quem é T. S. Eliot? Neste texto, vamos ajudá-lo a descobrir quem foi esse que pode ser considerado um dos maiores poetas do século passado e uma das influências mais decisivas sobre o conservadorismo inglês.

Aqui falaremos um pouco sobre sua biografia, suas obras e algumas curiosidades de sua vida, e traremos algumas de suas frases mais marcantes.

Não sem razão, o nome de T. S. Eliot geralmente figura entre os maiores expoentes da poesia do século XX.

(Rodrigo Petronio, na apresentação brasileira do livro O Uso da Poesia e o Uso da Crítica)

T. S. Eliot foi um dos mais respeitados poetas e ensaístas do último século, tendo sua obra constantemente citada por críticos literários, filósofos e até mesmo teólogos.

Se você se interessa por autores como Russell Kirk, C.S. Lewis, Christopher Dawson e Roger Scruton, com toda certeza você já se deparou com o nome de T. S. Eliot.

Sua produção literária foi da poesia para o teatro, passando pela crítica cultural e literária. O artista chegou a receber o Nobel de Literatura em 1948, por sua notória contribuição para a poesia.

Acredito que já deu para perceber que ele é um autor indispensável, não é mesmo? Por isso, não deixe de ler este texto até o fim. Deixamos ao longo dele algumas dicas imperdíveis!

Biografia de T. S. Eliot

T. S. Eliot ou, Thomas Stearns Eliot, nasceu no dia 26 de setembro de 1888 em St. Louis, nos Estados Unidos, e morreu em 4 de janeiro de 1965 em Londres, aos 76 anos de idade.

Seu nome foi uma homenagem a seu avô materno, Thomas Stearns, e o sobrenome Eliot veio do lado paterno da família.T. S. Eliot era filho de Henry Ware Eliot, um empresário de St. Louis, e Charlotte Champe Stearns, poetisa e assistente social.

O poeta anglo-americano T. S. Eliot começou seus estudos nos Estados Unidos em filosofia; contudo, sua grande paixão sempre fora a literatura, e em especial a poesia. Sua mãe era bastante favorável à escolha do filho de ser um acadêmico, porém a paixão de T. S. Eliot por poemas não a agradava muito, pois ela não gostava dos poemas do filho.

 

T. S. Eliot livro
O crítico cultural conservador Russell Kirk escreveu o livro A Era de T. S. Eliot – A imaginação moral do século XX. Clique no link ao lado e garanta já o seu exemplar!

Na altura de maio de 1916, a mãe de Eliot escreveria para Bertrand Russell expressando o desejo de que Russell encorajasse Tom a escolher ‘a filosofia como meio de vida (…). Espero que busque um cargo na universidade no próximo ano. Caso não o faça, ficarei arrependida. Confio absolutamente na filosofia dele, mas não nos vers libres’.

(Russell Kirk, A Era de T. S. Eliot – A imaginação moral do século XX, p. 173)

Thomas Stearns Eliot foi, por influência familiar, durante muito tempo membro da Igreja Unitarista, que teve bastante impacto em sua obra. Os livros de poemas de T. S. Eliot tinham uma raiz profundamente religiosa. Essa influência cresceu em seus poemas quando converteu-se ao anglicanismo.

Essa influência religiosa em T. S. Eliot pode ser encontrada em poemas como A Terra Desolada (The Waste Land) e Os Homens Ocos (The Hollow Men).

T. S. Eliot livro Dalrymple
Theodore Dalrymple veio ao Brasil em 2016 para o lançamento do livro que tem como título os último versos de Os Homens Ocos de T. S. Eliot. Clique no link a seguir e assista à participação de Dalrymple no programa Roda Vida.

Os últimos versos do poema Os Homens Ocos, assim como a crítica que o poema faz, serviram de inspiração para o médico psiquiatra e crítico cultural Theodore Dalrymple dar nome a um de seus livros: Não com um Estrondo, mas com um Gemido – A política e a cultura do declínio.

 

Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo

Não com um estrondo, mas com um gemido.

(T. S. Eliot, Os Homens Ocos)

Juventude de T. S. Eliot

Embora tenha nascido nos Estados Unidos, T. S. Eliot mudou-se para a Inglaterra em 1914, aos 25 anos de idade. Em 29 de junho de 1927, T. S. Eliot deixou a antiga fé unitarista de sua família para converter-se à Igreja Anglicana e, em novembro do mesmo ano, T. S. Eliot tornou-se oficialmente um cidadão britânico.

Minha poesia não seria o que é se eu tivesse nascido na Inglaterra, e não seria o que é se eu tivesse permanecido nos Estados Unidos. É uma combinação de coisas. Mas, nas suas fontes, na sua força emocional, ela vem dos Estados Unidos.

(T. S. Eliot, The Art of Poetry)

A conversão de T. S. Eliot ao anglicanismo foi profundamente impactante para a sua formação como indivíduo. T. S. Eliot afirmava constantemente ser um classicista em literatura, um royalist politicamente e anglo-católico na religião.

T. S. Eliot formou-se primeiramente em literatura e filosofia na Universidade de Harvard em 1909, sob a orientação de Irving Babbitt e George Santayana.

T. S. Eliot album
Homenagem ao centenário de T. S. Eliot na Universidade de Harvard. [Foto originalmente publicada em Modern Book and Manuscrips no texto Class Notes: The Centenary of T. S. Eliot at Havard 1910-2010]
Ao terminar seus estudos, T. S. Eliot foi a Paris para um estágio em língua e literatura francesas e filosofia contemporânea sob a orientação do autor do livro Bosque das Ilusões Perdidas, Alain Fournier, de 1910 a 1911.

De 1911 até 1913, T. S. Eliot esteve novamente em Harvard para estudar literatura sânscrita e filologia indiana.

Em 1915, T. S. Eliot casou-se com sua primeira mulher, Vivienne Heigh-Wood Eliot, com quem ficou casado até 1947, quando ela morreu, aos 58 anos.

T. S. Eliot esposa
T. S. Eliot e sua primeira esposa Vivien, em Londres, 1916. [Foto originalmente publicada em New Stateman America, no texto The Hurt Locker]
Alguns anos depois, T. S. Eliot doutorou-se em filosofia pela Universidade de Harvard, com uma tese sobre o pensamento do idealista inglês Francis Herbert Bradley e de Alexius von Meinong.

Vida Adulta de T. S. Eliot

Enquanto eclodia a Primeira Guerra Mundial, T. S. Eliot ficou mergulhado nos livros, atuando como pesquisador no Merton College em Oxford.

T S Eliot turma
T. S. Eliot em Oxford. (Na foto, Eliot é o segundo rapaz da esquerda para a direita, na segunda fileira de cima para baixo.) [Foto originalmente publicada em T. S. Eliot: A Life in Pictures]
T. S. Eliot fundou a famosa revista The Criterion em 1922. A revista foi de grande importância para a divulgação cultural de sua época e também para a divulgação de grande parte da obra de T. S. Eliot. O poema de T. S. Eliot A Terra Desolada (The Waste Land) foi publicado pela primeira vez na 1ª edição de The Criterion, em outubro de 1922.

T. S. Eliot livro
Primeira edição da revista The Criterion, contendo a primeira publicação de A Terra Desolada (The Waste Land) de T. S. Eliot. [Foto originalmente publicada em Manhattan Rare Book Company]
O período de 1939 até 1940 foi chamado por Winston Churchill, por influência da expressão de Neville Chamberlain, de “guerra imperceptível”. Nesse meio tempo, T. S. Eliot terminou sua obra Quatro Quartetos (Four Quartets). Após essa “guerra imperceptível”, com a invasão alemã dos Países Baixos, acentuaram-se as atrocidades da guerra.

Foi nessa época também que T. S. Eliot participou da Conferência Boutwood no Corpus Christi College em Cambridge. Suas preleções mais tarde seriam compiladas sob o título A Ideia de Uma Sociedade Cristã e Outros Escritos.

Se você tem interesse pela relação da religião com a educação ou com a política, A Ideia de uma Sociedade Cristã e Outros Escritos será uma leitura indispensável!

Em 1948, T. S. Eliot foi o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, em honra a seus muitos livros mas principalmente aos seus poemas.

T. S. Eliot casou-se com Esmé Valeria Fletcher Eliot, sua segunda esposa, em 1957, com quem permaneceu casado até sua morte em 1965. Esmé morreu em 9 de novembro de 2012.

T. S. Eliot esposa
T. S. Eliot e sua segunda esposa Esmé Valerie, em Southampton, 1961. [Foto originalmente publicada em The Times no texto Review: The Poems of T. S. Eliot]

Carreira Literária de T. S. Eliot e o Prêmio Nobel de Literatura

T. S. Eliot possui uma grande produção literária e é aclamado por muitos como o maior poeta do século passado. Exatamente porque os poemas de T. S. Eliot são dignos de enorme admiração, muitos acabam por esquecer de sua produção ensaística e teatral, que consiste em parte importantíssima de sua produção literária.

Os poemas de T. S. Eliot, como mostrou Russell Kirk em A Era de T. S. Eliot – A imaginação moral do século XX, possuem uma profunda conexão interna e com a própria vida de T. S. Eliot.

 

Assista à palestra de lançamento do livro A Era de T. S. Eliot – A imaginação moral do século XX, com Alex Catharino e Anette Kirk, viúva de Russell Kirk e presidente do Russell Kirk Center for Cultural Renewal.

Um tema relativamente constante na obra de T. S. Eliot é a relação da cultura com a tradição. T. S. Eliot compreendia como extremamente importante o cuidado com a tradição e com os costumes.

T. S. Eliot percebeu que havia uma decadência cultural na Inglaterra. Por esse motivo, é possível identificar na obra de T. S. Eliot diversas críticas à sociedade de sua época, que abandonava a tradição em favor de um pretenso “progresso”.

A decadência cultural que podemos observar, ilustrada em A Terra Desolada (The Waste Land) e em Quarta-Feira de Cinzas (Ash Wednesday), por exemplo, pode também ser observada com igual clareza e profundidade no livro Notas para a Definição de Cultura.

Clique no link a seguir e confira o comentário do jornal O Timoneiro a respeito do lançamento de Notas para a Definição de Cultura, de T. S. Eliot, em PDF.

Em seu livro Notas para a Definição de Cultura, T. S. Eliot analisa o significado da palavra cultura em todas as suas dimensões, mostrando o real significado dela e, consequentemente, a importância da cultura para a formação do indivíduo.

Durante a comemoração dos 130 anos do nascimento de T. S. Eliot, foi publicado no blog do Estado da Arte o primeiro capítulo da tradução de Eduardo Wolf para o livro de T. S. Eliot,  Notas para a Definição de Cultura.

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Gostou do que leu no Estado da Arte? Então não perca tempo! Clique no link a seguir e adquira já o seu exemplar de Notas para a Definição de Cultura.

Além de crítico cultural, T. S. Eliot era também um prolífico crítico literário, comumente associado ao new criticism, um movimento formalista da década de 1920 que priorizava a análise pura do texto ao invés de trazer para a crítica elementos da biografia e do pensamento do autor ou seu contexto sociocultural.

O professor de teoria literária da UERJ Roberto Acízelo de Souza, no livro Teoria da Literatura – Trajetória, fundamentos, problemas, dedica um trecho para falar a respeito do new criticism. Se você quer saber mais sobre essa e outras escolas da crítica literária, clique no link acima e confira o livro em nosso site!

Em 1943, T. S. Eliot publicou os Quatro Quartetos (Four Quartets), que ele considerava sua obra-prima.

Os Quatro Quartetos (Four Quartets) é tido como a obra-prima de T. S. Eliot não apenas pelo próprio poeta, mas também, quase por unanimidade, pelos críticos literários, sendo comumente referida como uma das obras mais importantes da literatura ocidental.

O livro Quatro Quartetos (Four Quartets) foi divido em quatro poemas: Burnt Norton, escrito em 1936; East Coker, escrito em 1940; The Dry Salvages, escrito em 1941; Little Gidding, escrito em 1942. Cada poema foi dividido em cinco partes.

Clique no link a seguir e confira a tradução de Ivan Junqueira da quarta parte de East Coker, que foi publicado no Estado da Arte.

Como resultado da grande notoriedade de seus escritos, T. S. Eliot foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura por quatro anos consecutivos e acabou por perder nos três primeiros.

Em 1945, a vencedora foi Gabriela Mistral; em 1946, foi Hermann Hesse; em 1947, foi André Gide; e, finalmente, T. S. Eliot ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1948 por sua notável contribuição à poesia.

T. S. Eliot familia real
T. S. Eliot em 1948 sendo aplaudido pela família real sueca, quando ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. [Foto originalmente publicada em T. S. Eliot: A Life in Pictures]

Principais Citações e Frases de T. S. Eliot

 

Assim como uma doutrina somente precisa ser definida após o aparecimento de alguma heresia, também uma palavra não precisa receber tal atenção até que comece a ser mal utilizada.

A menos que essa reverência pelo passado e pelo futuro seja cultivada em casa, ela jamais poderá ser mais que uma convenção verbal na comunidade.

Apenas se constrói com solidez sobre o passado.

A poesia não é um modo de libertar a emoção, mas uma fuga da emoção; não é uma expressão da própria personalidade, mas uma fuga da personalidade.

Só os que se arriscam a ir longe demais são capazes de descobrir o quão longe se pode ir.

Ah, minha alma, prepare-se para encontrar Aquele que sabe fazer perguntas.

Numa terra de fugitivos aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo.

Onde está a sabedoria que nós perdemos no conhecimento? Onde está o conhecimento que nós perdemos na informação?

Bibliografia de T. S. Eliot

A obra de T. S. Eliot é vastíssima, cobrindo desde livros de poemas até literatura teatral, passando também pela crítica cultural e literária. Entre seus livros mais famosos, podemos destacar alguns:

Poemas de T. S. Eliot

 

  • A Canção de Amor de J. Alfred Prufrock (The Love Song of J. Alfred Prufrock), 1915.
  • Quatro Quartetos (Four Quartets), 1941.
  • Os Gatos (Old Possum’s Book of Pratical Cats), 1939.
  • Os Homens Ocos (The Hollow Men), 1925.

  • Quarta-Feira de Cinzas (Ash Wednesday), 1930.

  • A Terra Desolada (The Waste Land), 1922.

  • A Song for Simeon, 1928.

  • Preludes, 1942.

  • Assassínio na Catedral (Murder in the Catedral), 1935.

 

Livros de T. S. Eliot

 

 

Conclusão

Neste breve texto, buscamos dar um panorama da biografia de T. S. Eliot, seus livros, frases e poemas.

T. S. Eliot foi e ainda será por muito tempo um marco na poesia universal. Podemos colocá-lo sem receio ao lado de figuras como John Milton e Dante Alighieri.

Depois de T. S. Eliot, a poesia nunca mais foi a mesma.

A contribuição de T. S. Eliot para o pensamento ocidental não se limitou à poesia, mas se estendeu também para a filosofia, influenciando especificamente o pensamento político conservador.

T. S. Eliot influenciou autores como Otto Maria Carpeaux, Mario Vargas Llosa, Ferreira Gullar e foi chamado de “O Dante da Modernidade” pelo poeta e crítico literário Ivo Barroso.

As contribuições de T. S. Eliot para o desenvolvimento do que compreendemos por cultura é essencial para que possamos, assim como ele o fez, compreender nossa época e tentar trazer respostas relevantes para o nosso tempo.

Se você se interessou pela obra de T. S. Eliot e gostaria de se aprofundar mais nela e na crítica literária, você não pode deixar de conferir nossos livros sobre literatura, bem como nossa Coleção Crítica, História e Teoria da Literatura!

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