A Doença

AUTOR:
Tyszka, Alberto Barrera

TRADUÇÃO:
Catalão, Marco

Editora:
É Realizações

Gênero:
Literatura

Subgênero:
Literatura Estrangeira

Formato:
14 x 21 cm

Número de Páginas:
186

Acabamento:
Brochura

ISBN:
978-85-8033-426-5

Ano:
2024
Tags:
literatura latino-americana, literatura contemporânea e literatura e medicina

Sinopse

Duas histórias paralelas traçam o percurso desta obra, pela qual Alberto Barrera Tyszka (autor de Mulheres que Matam) venceu na Espanha o Prêmio Herralde de Romance – honraria que revelou alguns dos principais escritores hispânicos recentes. Um médico, Andrés, conhecido defensor da transparência no trato com os pacientes, enfrenta a mais penosa prova que já desafiou sua posição: a descoberta de um câncer terminal em seu próprio pai, Javier. Enquanto isso um paciente, Ernesto, leva às últimas consequências o ideal de saber tudo o que se passa consigo: compulsivamente, ele escreve e-mails para Andrés; mensagens que, tendo a força como que de um contágio, impelem a secretária Karina a tomar alguma atitude. Transformando numa mesma matéria as relações entre vida e morte e entre palavra e silêncio, A Doença aborda com delicadeza única a cumplicidade, a vulnerabilidade e as demais sutilezas que fazem de nós mais, ou menos, sãos. Marco Catalão, escritor premiado, é o tradutor do livro.

  • Saiu na mídia

    Sobre doenças, caudilhos e mulheres que leem e matam.

    Sobre doenças, caudilhos e mulheres que leem e matam.

    Folha de S. Paulo - Revista Piauí | 17 de julho de 2024

    Disponível em PDF

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O meio padrão de fazermos a linguagem comportar a doença é enchê-la de termos técnicos, difíceis, intangíveis. A isso o médico Andrés está habituado, e a defesa de que a verdade seja sempre dita aos pacientes o tornou aliás relativamente conhecido. Outra porém foi a experiência, e de uma muito mais cortante percepção literária, quando pela primeira vez ele sentiu a força de desabamento – o efeito desestabilizador – que acompanha o tropeço de S’s e T’s da palavra metástase. Quando o alvo de um diagnóstico de câncer terminal foi Javier, seu próprio pai: o único familiar com quem cresceu, e que o protegera na infância dos efeitos traumáticos da morte inesperada de sua mãe. Enquanto se prepara a esses que serão o diálogo e o tratamento mais difíceis de que já participou, Andrés é procurado com incontida insistência por Ernesto, alguém convicto de que terá com ele uma relação paciente-médico que finalmente o curará. Karina, a secretária, testemunha a chegada à caixa de entrada duma torrente doentia de e-mails. Alberto Barrera Tyszka faz com que ela, e Andrés, e nós, questionemos onde está e como lidar com A Doença.
 
Se entre as intenções da literatura está fazer a linguagem desabituar-nos à banalidade, e assim nos pôr atentos às ambiguidades da vida, então a atual obsessão pela saúde permanente constitui um fenômeno eminentemente antiliterário. Neste livro, que lhe valeu na Espanha o Prêmio Herralde de Romance (mesma distinção que revelou escritores como Roberto Bolaño), Alberto Barrera Tyszka, conhecido no Brasil como autor de Mulheres que Matam, transforma a doença em matéria da literatura ao mesmo tempo que dá às duas a chance de que excedam uma à outra. Em torno às histórias de um médico que tem um diagnóstico fatal para o próprio pai e de um paciente que vê na celebrada transparência do mesmo médico a esperança de um tratamento que finalmente o cure, o autor guarda espaço para que apareçam ainda o desejo, o cotidiano, a vida moderna, as relações sociais. Personagens e leitores são assim levados ao estado em que A Doença – o livro quase tanto quanto a própria coisa – mostra poder estar no inútil o verdadeiramente necessário. Nesta edição brasileira, o texto é traduzido pelo poeta Marco Catalão.