Jerusalém de Nós - Peça em um ato
Sinopse
Ainda que não tenha nada de realismo, Jerusalém de Nós é uma peça baseada em fatos reais. Ela reconta um caso ocorrido em Israel em 1997, onde a jovem Smadar Elhanan, duas semanas antes de completar catorze anos, e outras quatro pessoas foram mortas em decorrência de um atentado à bomba, posteriormente assumido pelo movimento palestino Hamas.
Na romantização nada realista do dramaturgo Leo Lama, acompanhamos a protagonista Nurit, professora da Universidade de Jerusalém, que está em busca de sua filha Smadar, morta no atentado na rua Ben Yehuda, em uma história kafkiana ¬– no sentido mais melancólico possível. Com a personagem, somos confrontados constantemente com questões sobre justiça, amor e as origens do próprio ser. Jerusalém de Nós é uma peça de um único ato que impressiona por sua simplicidade ao tratar de temas densos e latentes de modo natural e respeitoso. Lama tem ciência de que está abordando situações que afloram os ânimos das pessoas e, por isso mesmo, não ignora detalhes e não deixa de explorar os mais belos e terríveis sentimentos humanos.
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SOBRE O LIVRO
Jerusalém de Nós de Leo Lama é uma peça tardia, lançada pouco mais de vinte anos após sua concepção. Em uma história nada realista, mas completamente real, Lama explora os abismos profundos da natureza humana em uma romantização de um fato ocorrido em 1997, em Israel: um atentado do movimento palestino Hamas que ceifou a vida cinco 5 pessoas, dentre elas a jovem Smadar Elhanan, de 13 anos, que havia sido liberada por sua mãe para ir com sua amiga ao centro da cidade, onde havia comemorações turísticas e regionais. Smadar não voltou. Permaneceu eternizada como a garota que foi e permaneceu indo eternamente.
A peça romantiza o fato e narra a busca da protagonista Nurit, professora da Universidade de Jerusalém, que está à procura de sua filha Smadar. Adotando para si um forte caráter kafkiano, Lama trabalha a busca de Nurit por respostas às questões mais intrínsecas da existência humana e que adornam os conflitos entre Israel e Palestina. A peça tem como cenário uma espécie de repartição pública, mas logo na indicação para o cenário o autor sugere algo pouco realista, ou que não use cenário algum. A ideia é transmitir a sensação de um limbo, um não lugar onde somos forçados a enfretar a nós mesmos, assim como encarar os problemas da justiça, da verdade e do mal.
A pergunta mais atormentadora, entretanto, é sobre a falta que a protagonista sente de sua filha: quem a privou dela? Que espécie de falta é essa? Quais foram os reais responsáveis por sua partida? O Hamas? O Estado? Deus? Essa viagem entre a realidade concreta e a metafísica é o que mais chama a atenção na peça de Lama. A dificuldade de distinguir o ponto de contato entre o real e o irreal, o alegórico e o factual, o filosófico e o teológico. Leo Lama, em Jerusalém de Nós, mostra que possui uma sensibilidade admirável ao tratar de temas densos e tensos. Mais do que nunca, essa é uma peça que se faz necessária em decorrência da latência da discussão que rodeia o Oriente Médio, bem como nossa própria realidade ocidental.
Curiosidades
• O livro tem como pano de fundo o conflito entre Israel e Palestina, um tema extremamente importante e urgente a ser discutido.
• A peça é inédita e, por conta de seu tema, tem grandes possibilidades de chamar a atenção de um público mais abrangente que não apenas o do teatro.
• O livro dialoga diretamente com a os autores da Coleção Oriente Médio, abrindo ainda mais o acesso dos diversos públicos da editora para o catálogo.
SUA LEITURA SERÁ ESPECIALMENTE PROVEITOSA PARA:
• Estudantes e interessados nos conflitos do Oriente Médio.
• Estudantes e pesquisadores de teatro, literatura e relações internacionais.
• Atores, diretores, roteirista e admiradores de teatro.