SOBRE O LIVRO
Elogiado no
The Times Literary Supplement por John Gray, um dos mais importantes filósofos políticos contemporâneos, e escolhido pelo professor de Cambridge George Watson em resposta à enquete do
Financial Times “Meu Livro do Ano”,
O Marxismo Ocidental demonstra a força de José Guilherme Merquior como embaixador de ideias e como leitor crítico da tradição. A corrente de pensamento a que se atribuíra o nome que dá título ao livro consistia nos pensadores de esquerda que não estavam institucionalmente compromissados com o regime da União Soviética e que, em vez de insistir nos princípios marxistas como ferramentas de análise econômica, concentraram a sua aplicação na avaliação de temas culturais. Entre os intelectuais recentes, se agrupariam sob esse rótulo tanto a conhecida Escola de Frankfurt (também denominada teoria crítica) como pensadores estruturalistas e pós-estruturalistas, e ainda outros. A obra principia seu itinerário por uma exposição cuidadosa das duas fontes maiores dessa recente tradição: a filosofia de Hegel, por um lado, e, por outro lado, é claro, o pensamento de Karl Marx. Detém-se, a seguir, ante os fundamentos de tal escola: a crítica cultural promovida por Georg Lukács e a visão de história sustentada por Antonio Gramsci – sem desconsiderarem-se as contribuições de Ernst Bloch e Karl Korsch. Examinam-se então as ideias dos mais expressivos filósofos entre os marxistas ocidentais no período que sucedeu a Segunda Grande Guerra: os iniciadores da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin, Theodor Adorno e Max Horkheimer; fenomenólogos, existencialistas, estruturalistas e pós-estruturalistas, como Jean-Paul Sartre e Louis Althusser; e outros nomes da teoria crítica alemã, como Herbert Marcuse e Jürgen Habermas, ainda ativo. O livro se encerra com um balanço crítico do quadro traçado durante seu percurso e com o vislumbre de horizontes “pós-marxistas” que teriam começado a despontar nos movimentos atuais da reflexão interna à esquerda.
Originalmente escrito em inglês,
O Marxismo Ocidental é sobretudo corajoso. Nele Merquior polemiza diretamente com algumas das figuras mais benquistas da filosofia e do pensamento social contemporâneos. De passagem, também expõe discordâncias com alguns não marxistas – por exemplo, com as leituras conservadora e holista de Hegel defendidas por filósofos como Roger Scruton, Michael Oakeshott, Eric Weil e Charles Taylor. Ao mesmo tempo que constitui a intervenção de um pensador brasileiro no debate acadêmico internacional, a obra é o resultado amadurecido de uma discussão que já vinha se travando em alto nível na imprensa do país. Assuntos como a herança hegeliana assumida pelos novos pensadores marxistas, o nível de autoritarismo possivelmente implícito nas teses de Gramsci e a acuidade ou não da análise cultural empreendida pela Escola de Frankfurt vinham sendo debatidos por Merquior com intelectuais como – seus também amigos – Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho. No prefácio, ele os menciona como parceiros de um diálogo que serviu de fonte para a redação do livro – e, ao lado deles, ainda outros interlocutores, brasileiros e estrangeiros: Raymond Aron, Leszek Kolakowski, Ernest Gellner, Fernando Henrique Cardoso, Perry Anderson, Roberto Schwarz, John A. Hall, F. A. dos Santos, Hélio Jaguaribe e Celso Lafer. Uma vez publicada, a obra obteve uma repercussão que fez expandir aquele mesmo debate. Entre os estudiosos que a resenharam estavam José Arthur Giannotti, Roberto Romano e Marco Aurélio Garcia. No México, o crítico, poeta e Nobel Octavio Paz patrocinou a sua edição em língua espanhola. A maior parte dessa fortuna crítica, além de manuscritos e cartas relacionados ao livro, estão reproduzidos em fac-símiles nesta edição. Passado o fim do comunismo soviético e chegados os 200 anos do nascimento de Karl Marx, é nada menos que necessário revisitarmos o que um dos maiores intelectuais brasileiros de todos os tempos teve a dizer sobre as mais recentes formulações do pensamento marxista no Ocidente.
ENDOSSOS
"livrinho brilhante, envolvido de rigor acadêmico e rebentando em deliciosas digressões, (...) um ensaio de história intelectual conduzido como um extenso exercício de ironia.” – John Gray, The Times Literary Supplement
“uma consideração refinada, desapaixonada e absolutamente devastadora do ‘comunismo cultural’ no Ocidente.” – George Watson, ao eleger a obra seu “book of the year” (“livro do ano”) no Financial Times
CURIOSIDADES
•
O Marxismo Ocidental obteve, após a sua primeira publicação, uma repercussão estrondosa – tanto no Brasil como no exterior –, recebendo elogios de John Gray, George Watson e Roberto Romano, além de relevantes avaliações de José Arthur Giannotti, Sonia Kruks e Marco Aurélio Garcia.
• O tema dos desdobramentos da ideologia marxista está na pauta das discussões públicas, pois em 2018 se completam 200 anos do nascimento de Karl Marx.
• Este livro exibe em estado lapidar o método de José Guilherme Merquior, que consistia em conjugar uma exposição erudita de conceitos e tradições com considerações polêmicas, até mesmo irônicas, sobre as ideias em exame.
• Parte da conclusão de Merquior é que o marxismo se tornara pouco promissor como ferramenta de análise econômica e pouco sofisticado nos juízos sobre a cultura. Pouco depois, o fim da União Soviética de algum modo corroborou o palpite do autor e, passadas quase três décadas de continuada crítica cultural marxista, torna-se uma vez mais necessário ouvirmos as suas considerações sobre os fundamentos teóricos do neomarxismo.
• A obra é uma peça importante para o entendimento da recepção do pensamento neomarxista pela intelectualidade brasileira, assim como do desenvolvimento das críticas liberais à nova esquerda.
• Esta reedição, que teve a tradução inteiramente revisada, traz uma seção documental excepcionalmente vasta – com fac-símiles de matérias da imprensa, cartas e manuscritos relativos ao livro – e posfácios do crítico João Cezar de Castro Rocha e de José Mario Pereira, por muito tempo secretário pessoal de Merquior.
SUA LEITURA SERÁ ESPECIALMENTE PROVEITOSA PARA:
• Admiradores de José Guilherme Merquior.
• Liberais e conservadores à procura de uma introdução crítica ao marxismo contemporâneo – assim como marxistas interessados em avaliações recentes do pensamento de esquerda.
• Estudantes de ciências sociais, filosofia ou história.
• Professores de filosofia política, filosofia contemporânea, sociologia do conhecimento, história das ideias ou história contemporânea.
• Pesquisadores de temas como o marxismo no século XX, apropriações da filosofia de Hegel, teoria crítica, Escola de Frankfurt, nova esquerda, críticas liberais ao marxismo, história da intelectualidade brasileira.
INSTRUÇÕES PARA ACESSO AO DOCUMENTÁRIO "JOSÉ GUILHERME MERQUIOR - PAIXÃO PELA RAZÃO"
A É Realizações Editora desenvolveu uma plataforma exclusiva com conteúdos digitais. Para acessar o conteúdo digital do livro O Marxismo Ocidental, o leitor deverá seguir os passos abaixo:
1. Verifique o código de acesso na segunda orelha do livro. O código está protegido; raspe-o para visualizá-lo.
2. Acesse o site: http://midia.erealizacoes.com.br.
3. Digite o código no campo correspondente.
4. Clique no botão “Validar”.
5. No primeiro acesso, deverão ser informados o local da compra, o número da nota ou do cupom fiscal e os dados de identificação pessoal. Por fim, clique no botão “Cadastrar”.
6. O link de acesso será enviado para o email cadastrado.
7. Ao receber o email: clique no link ou copie-o e cole-o em seu navegador de internet. O link ficará disponível por tempo determinado. Caso expire, será necessário acessar novamente o endereço: http://midia.erealizacoes.com.br, digitar o código e identificar-se com email e senha; novo link será enviado.
8. Ao aparecer o vídeo, clique para iniciar. Caso existam outros vídeos relacionados ao livro, eles poderão ser acessados no espaço “Vídeos disponíveis”.