Foi sociólogo, crítico literário e diplomata. Doutor em letras pela Sorbonne e em sociologia pela London School of Economics, também estudou antropologia com Claude Lévi-Strauss e graduou-se em filosofia e em direito. Foi um dos mais expressivos intelectuais públicos do Brasil durante as décadas de 1970 e 1980. Falecido precocemente aos 49 anos de idade, produziu ainda assim uma obra volumosa, composta por mais de vinte títulos. Escreveu extensivamente em português, inglês, francês e espanhol. Organizou com Manuel Bandeira a antologia Poesia do Brasil, integrou o corpo editorial de prestigiadas revistas acadêmicas – como Government and Opposition e Critical Review – e colaborou com veículos de imprensa como O Globo, Folha de S.Paulo e Jornal do Brasil. No exercício da diplomacia, trabalhou na Unesco (Paris), além de em Bonn (Alemanha), Londres, Cidade do México e Montevidéu. Teve entre seus amigos e interlocutores figuras de relevo, como Raymond Aron, Isaiah Berlin, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto. Notabilizou-se como um defensor do liberalismo econômico, ao mesmo tempo que se definia como "anarquista em cultura e social-democrata em política". É imortal da Academia Brasileira de Letras. Entre as notáveis homenagens póstumas que recebeu estão a coletânea editada por Ernest Gellner, seu antigo mestre e amigo, Liberalism in Modern Times – Essays in honour of José G. Merquior (Central European University Press, 1996) e o depoimento de Lévi-Strauss: "Eu admirava em Merquior um dos espíritos mais vivos e mais bem informados de nosso tempo". Em 2023, seu inédito O Estruturalismo como Pensamento Radical, publicado pela É Realizações, foi finalista do Prêmio Jabuti na categoria Ciências Sociais.