O Sofrimento Humano – Fundamentos antropológicos da psicoterapia
Sinopse
O Sofrimento Humano revela a antropologia filosófica que está por trás da logoterapia. Por muito tempo indisponível no Brasil, o livro abarca o conteúdo de duas outras obras, Homo Patiens e O Homem Incondicionado, e soma a isso vários textos que só estão reunidos aqui. Ele complementa O Que Não Está Escrito nos Meus Livros (que narra episódios biográficos de Viktor Frankl, sobrevivente do Holocausto), O Sofrimento de uma Vida sem Sentido (que introduz as ideias básicas da análise existencial) e Teoria e Terapia das Neuroses (que apresenta a psicopatologia frankliana). No volume são discutidos problemas como o livre-arbítrio, a mortalidade, a relação corpo-alma, o individualismo, o sociologismo e o niilismo. Também são abordados temas como sexo e esportes, além de ser explicitada a visão de Frankl sobre outras tradições psicoterapêuticas. A interação com filósofos contemporâneos é frequente, e assim se vai esboçando a antropologia sustentada pelo autor: movido pela vontade de sentido e pelo inconsciente espiritual, o ser humano – que é biopsicoespiritual – caracteriza-se pelo fato de transcender a si mesmo.
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SOBRE O LIVRO
Viktor Frankl fazia questão de estar em sintonia com a experiência do homem comum: essa é a razão tanto do fascínio de muitos leitores com a logoterapia como do desafio que é para acadêmicos disseminá-la nas universidades. Por isso é que apresentar a antropologia filosófica frankliana é uma tarefa decisiva – seja para robustecer o entendimento dos entusiastas leigos, seja para mostrar aos profissionais a solidez dessa escola psicoterapêutica. Aí está a importância de O Sofrimento Humano – Fundamentos antropológicos da psicoterapia, há muitos anos indisponível no Brasil. A obra inclui o conteúdo de dois outros livros, O Homem Incondicionado – Lições metaclínicas e Homo Patiens – Projeto de uma patodiceia, além de vários textos que não estão reunidos em nenhuma outra publicação. Esta tradução, feita diretamente do alemão por Renato Bittencourt e Karleno Bocarro, contou com a revisão técnica de Nilsy Helena Quintino Madeira, pesquisadora da Sobral (Associação Brasileira de Logoterapia e Análise Existencial Frankliana). No volume há também um prefácio de Heloísa Reis Marino, logoterapeuta especializada pela mesma instituição. Este título proporciona um complemento formidável às memórias autobiográficas de O Que Não Está nos Meus Livros, à apresentação introdutória de O Sofrimento de uma Vida sem Sentido e à discussão sobre psicopatologia em Teoria e Terapia das Neuroses.
Em resumo, a antropologia filosófica de Viktor Frankl consiste em entender o ser humano como biopsicoespiritual. O nome aparentemente complicado não deve causar espanto: esse conceito é o resultado da descrição do modo como as pessoas intuem a existência antes mesmo de teorizar a respeito dela. Essa forma particular de fenomenologia ganha o nome técnico de “autocompreensão ontológica pré-reflexiva da existência”. Para a logoterapia, cada indivíduo é movido por um impulso ainda mais fundamental que a vontade de prazer, identificada por Freud, e que a vontade de poder, enfatizada por Adler. Trata-se da vontade de sentido, que explica o fato de não meramente buscarmos a felicidade, como vulgarmente se repete, mas estarmos à procura de razões para ser feliz. A cultura contemporânea emite muitos sinais de que a inclinação ao sentido implica demandas peculiares. Uma vida sexual ativa e o acesso ao poder não são suficientes para tornar alguém imune ao tédio. Na verdade, disfunções nessas mesmas esferas podem ser sintomas de distorções numa dimensão anterior. Por exemplo, a transformação do sexo em ato de consumo o reduz a uma técnica de compensação de fracassos, e nesse estado a libido é afetada por um desvio – que não é biológico, nem puramente mental – no modo de conduzir as relações interpessoais.
Vale dizer: o ser humano encontra sentido na interação com o outro, transcendendo a si próprio – e se nessa interação ele incide em desequilíbrios como uma hiper-reflexão ou uma hiperintencionalidade, esse desvio influenciará os demais âmbitos de sua vida. No ideal americano de autointerpretação e autorrealização, tão popularizado, Viktor Frankl critica o fato de ele solidificar uma frustração; como um bumerangue, a busca de sentido foi lançada ao mundo e, somente porque não encontrou nenhum alvo, ela retornou ao sujeito que fora seu ponto de partida. Abdicar da abertura ao real trancando-se em si mesmo é contradizer a própria condição humana, é aproximar-se de neuroses que, mais do que mentais, são espirituais: como a logoterapia as classifica, são noogênicas. Contra o reducionismo nas ciências contemporâneas e a propensão niilista da intelectualidade recente, O Sofrimento Humano propõe que os indivíduos encarem o desafio de assumir deveres ante o mundo e que se empenhem em diminuir a distância entre seu ser e seu dever-ser. Um esforço de aproximação que, baseado numa descrição clara da natureza humana, está apto a ser reconhecido como nada menos que o sentido da vida.
ENDOSSOS
“As ideias que Frankl expõe em seus livros constituem as mais importantes contribuições no campo da psicoterapia desde os dias de Freud, Adler e Jung. E seu estilo é muito mais legível.”
– Sir Cyril Burt, ex-presidente da British Psychological Society
“Em muitos anos trabalhando com formação em logoterapia no Brasil, tenho acompanhado a dificuldade dos alunos em obter esta obra, esgotada em língua portuguesa há algum tempo. É uma obra que faltava na formação e no estudo [...].”
– Heloísa Reis Marino, especialista em logoterapia pela Sobral (Associação Brasileira de Logoterapia e Análise Existencial Frankliana)
CURIOSIDADES
• Viktor Frankl, psicólogo sobrevivente do Holocausto, foi uma das figuras mais admiráveis da história recente.
• Esta obra, fundamental para os estudos em logoterapia, estava havia anos esgotada no Brasil.
• O volume abrange o conteúdo de dois outros livros – Homo Patiens e O Homem Incondicionado –, ao lado de vários outros textos que só estão reunidos aqui.
• A tradução foi feita diretamente do original alemão, por Renato Bittencourt e Karleno Bocarro, com revisão técnica de Nilsy Helena Quintino Madeira, pesquisadora da Sobral (Associação Brasileira de Logoterapia e Análise Existencial Frankliana).
• Heloísa Reis Marino, especialista em logoterapia pela mesma instituição, assina o prefácio desta edição.
• O lançamento complementa os demais títulos de Frankl publicados pela É Realizações: O Que Não Está Escrito nos Meus Livros (que relata situações de sua vida), O Sofrimento de uma Vida sem Sentido (que apresenta os conceitos básicos da logoterapia) e Teoria e Terapia das Neuroses (que esmiúça a psicopatologia frankliana).
• O Sofrimento Humano – Fundamentos antropológicos da psicoterapia será uma leitura valiosa para estudiosos não apenas de psicologia, mas também de filosofia e de ciências da religião.
SUA LEITURA SERÁ ESPECIALMENTE PROVEITOSA PARA:
• Alunos e docentes de cursos de especialização em logoterapia.
• Estudantes de psicologia, ciências da religião ou filosofia.
• Professores de psicoterapia, psicologia da religião ou antropologia filosófica.
• Pesquisadores de temas como escolas vienenses de psicoterapia, psicologia pós-freudiana, antiniilismo, existencialismo e psicologia, sobreviventes do Holocausto, ética médica.