A Biblioteca de Foucault - Reflexões sobre ética, poder e informação
Sinopse
Este pequeno, provocativo e delicioso livro é um convite a que o leitor adentre o mundo das bibliotecas para explorar suas relações – as reais e as possíveis – com o universo ao redor. Empregando um olhar crítico (estimulado sobretudo, mas não apenas, por Michel Foucault), a obra escancara as relações de poder que estão à sombra de todo serviço de controle de informação, e aponta para o compromisso ético-estético-político que o conhecimento desse dinamismo demanda. Os 22 capítulos, que podem ser lidos como textos independentes, são em sua maioria crônicas-manifestos que respondem a dados ou acontecimentos reais, relevantes para a prática da biblioteconomia no país.
Políticas de acessibilidade, medição de índices de leitura, tendências tecnológicas, estereótipos que cobrem os bibliotecários, leis de acesso à cultura – estes são alguns dos inúmeros temas brilhantemente desdobrados aqui. Escritos em primeira pessoa e mesclados com abundantes citações da literatura e do pensamento teórico, os textos conservam uma impressionante qualidade estética e uma cirúrgica precisão no retrato que fazem da situação das bibliotecas e da leitura no Brasil. A Biblioteca de Foucault é de autoria de Cristian Brayner, bibliotecário com décadas de atuação, doutor em Literatura, mestre em Biblioteconomia e ex-diretor do Departamento de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura.
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Dos livros, das leituras: A Biblioteca de Foucault
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Sobre o Livro
A Biblioteca de Foucault já nasce como uma obra de referência, tíulo indispensável para um novo entendimento da Biblioteconomia no Brasil. A imagem da biblioteca como lugar de silêncio, pontualidade e quietude pode parecer inquestionável, quase autoevidente. Mas, como foi demonstrado por Michel Foucault, toda atividade que faça a mediação entre saberes e sujeitos guarda atrás de si um sistema de relações de poder responsável por determinar a sua dinâmica. A Biblioteca de Foucault escancara as ambições de controle que animam parte da biblioteconomia tradicional: estabelecer quais livros merecem constar do cânone, que leitores podem ter acesso a eles, como as obras precisam ser lidas. Mas a revelação desse sistema não é em nada alarmista. Conhecer o dinamismo que subjaz à prática biblioteconômica implica, antes, assumir o compromisso ético-estético-político de tornar as bibliotecas espaços acessíveis, inclusivos, acolhedores, pluralistas, construtivos. Daí o livro constituir-se de “reflexões sobre ética, poder e informação” ou, mais concretamente, de 22 crônicas-manifestos que a um só tempo radiografam a condição da leitura e dos livros no Brasil atual e propõem medidas para enriquecer a produção e a disseminação de informação no país. A autoria de tais provocações é do bibliotecário Cristian Brayner, mestre em Biblioteconomia, doutor em Literatura, pós-doutorado em História e ex-diretor do Departamento de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura.
Os capítulos da obra – à exceção do primeiro, que consiste em uma entrevista – têm seus assuntos-chave revelados já pelos títulos: liberdade, poder, neutralidade, cooperação, opressão, violência, ética, luta, felicidade, amargura, celebração, medo, beleza, coragem, ignorância, caráter, verdade, gratidão, respeito, progresso, empatia. Trata-se da adaptação de palestras, artigos e discursos recentes do autor, incrementados por alguns escritos inéditos. Se os temas parecem inesperadamente abstratos para um livro de ciência da informação, este espanto prova o êxito de uma das primeiras intenções de Brayner: colocar sob suspeita a premissa de que a biblioteconomia pode ser praticada como pura técnica, sem nenhum diálogo com a teoria social. A desmitificação mais urgente a se empreender é a do pressuposto segundo o qual a biblioteca é um lugar neutro. Bem ao contrário, a seleção e a disposição do acervo, a atitude dos bibliotecários ante os leitores, a aparência dos prédios e do mobiliário, todos esses elementos submetem os profissionais da informação ao constante risco de se portarem como censores. Ao mesmo tempo, a função concede a tais trabalhadores a oportunidade de serem disseminadores dos saberes plurais, e situa as instituições da cultura na posição estratégica de subversoras da ordem estabelecida, com as exclusões sistêmicas que esta institui e fomenta.
Cristian Brayner acredita no poder da leitura tradicional de libertar dos preconceitos. Ele reitera aquele clamor de Edson Nery da Fonseca – um dos fundadores da biblioteconomia no Brasil – para que houvesse “bibliotecários pós-graduados”, isto é, bem instruídos e de aguçada consciência crítica. Além de estar ele próprio entre os profissionais desse tipo (o que se reflete na erudição e beleza de sua prosa), Cristian atenta às implicações desse ideal: conclama por seu turno que os profissionais da informação se encarem como praticantes de uma vocação, mais que de um ofício. Vocação, diga-se de passagem, nem um pouco trivial: trata-se de mediar a sociedade e o conhecimento considerado canônico. O uso eticamente adequado desse poder consistirá em diversificar tanto um polo como o outro, e em tornar as bibliotecas algo mais do que locais de consumo e adestramento: fazê-las locais de encontro, descobertas, invenção. Locais que enriqueçam a formação dos sujeitos que compõem a democracia, num movimento inverso ao da burocracia, cuja natureza é bloquear o avanço democrático. Em plena era da informação, não é exagero dizer que o direito ao uso das bibliotecas integra o direito à cidadania; por outro lado, as bibliotecas não podem ignorar que só haverá a demanda por seu uso se elas se mostrarem acolhedoras. Como todas as instituições da sociedade, cada biblioteca é relevante, mas nenhuma é em si indispensável: necessita sempre criar e demonstrar o seu valor. A leitura d’A Biblioteca de Foucault é o início ideal para todos os profissionais empenhados em responder a esse desafio.
Curiosidades
• Cristian Brayner atuou recentemente como diretor do Departamento de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura, desempenhando ali uma gestão elogiada.
• A Biblioteca de Foucault vem acompanhado por endossos de respeitados profissionais e acadêmicos da leitura e da educação: Marcos Galindo (UFPE), Aquiles Alencar Brayner (British Library), José Fernando Modesto da Silva (USP), João Cezar de Castro Rocha (UERJ) e Daniel Guilarducci (diplomata, bibliotecário e historiador).
• O autor combina narrativa e ensaio, numa prosa envolvente, que resulta em textos tão ricos em dados – e precisos nos aspectos técnicos – quanto agradáveis de ler.
• Sua argumentação refinada conjuga, além disso, reflexões multidisciplinares, que se beneficiam da filosofia, da sociologia, da história e de ainda outros ramos do conhecimento.
• A democratização do acesso às bibliotecas e a modernização dos seus modos de uso são uma tendência mundial, de que o Brasil tem participado com bibliotecas públicas recentemente indicadas a prêmios internacionais.
• O livro revisita insights de Edson Nery da Fonseca, um dos luminares do estudo da biblioteconomia no Brasil e grande amigo e colaborador de Gilberto Freyre, tendo escrito para uma das obras deste – Uma Cultura Ameaçada e Outros Ensaios – um dos apensos, incluído em nossa reedição do título.
• Cristian ganhou notoriedade pública ao ser entrevistado no programa Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo, em que falou sobre as dificuldades da juventude, quando vendia cocadas feitas pela mãe para ajudar nas finanças da casa e, ainda, sustentar os estudos: https://globoplay.globo.com/v/4440537/